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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2006

Syriana – A indústria do petróleo

Continuando o papo do texto anterior, roteiristas que viraram diretores. Agora sim é a vez de falar sobre Stephen Gaghan, diretor do filme “Syriana – A indústria do petróleo”.

Ele ficou conhecido por seu trabalho no roteiro de “Traffic”, do diretor Steven Sodendergh (um dos produtores executivos desse filme), que falava sobre o mundo das drogas. Apesar de ter sido baseada na minissérie britânica “Traffik”, ele tinha conhecimento sobre drogas por ser um ex-drogado, como revelou após receber o Oscar de melhor roteiro adaptado por esse trabalho.

Após esse reconhecimento, ele ganhou força e prestígio para realizar o seu próprio filme. Eis então que ele resolve fazer um trabalho independente e isento sobre o mundo da indústria do petróleo e suas influências na geopolítica mundial. Inspirado pelo livro “See no evil” do ex-agente da CIA Robert Baer, Stephen saiu pesquisando sobre o tema para escrever o roteiro do filme. Ele conseguiu conversar com pessoas desse mundo nos Estados Unidos, Europa e Oriente Médio. Pelo fato de não ser da imprensa e sim de Hollywoood, acabou facilitando a comunicação. Ele inclusive conseguiu entrevistar o líder espiritual do grupo radical Hezbollah chamado Sayyed Mohammed Hussein Fadlallah no Líbano, onde se deixou ser “sequestrado” por um carro na cidade de Beirute, sendo vendado para não saber onde estava indo. Isso inclusive acabou servindo de inspiração para uma cena.

A estrutura do filme lembra bastante a utilizada em Traffic. A trama é divida em histórias paralelas, cada uma mostrando um dos lados do mesmo tema. O lado dos produtores e importadores (parte financeira), o lado dos políticos e o lado “underground” onde todos se encontram. O objetivo é tentar mostrar como é todo o esquema. Isso sem ser muito profundo, isto é, fazer com que qualquer pessoa que não tenha tantos conhecimentos sobre o assunto possam entender, sem também tornar a história superficial. Um tom bastante parecido por exemplo com “O jardineiro fiel”. E ao mesmo tempo é uma história interessante, e apesar de ter muitos personagens e muitos detalhes, consegue manter o interesse durante todo o filme. Agora não é aconselhado ir assistir cansado ou com sono, perder a atenção pode custar perder algum detalhe para o entendimento da história.

O elenco conta com grandes nomes como Chris Cooper, Willian Hurt (que foi indicado ao Oscar desse ano pelo filme “Marcas da Violência”), Christohper Plummer e Matt Damon. Mas o grande destaque fica com George Clooney. Para viver o personagem do agente da CIA ele engordou quase vinte quilos, e acabou tendo problemas na coluna, além de ter sofrido um acidente batendo a cabeça durante a filmagem de uma cena. O esforço acabou sendo reconhecido, ganhou o Globo de Ouro de melhor ator coadjuvante e é o favorito na mesma categoria no Oscar. O filme também concorre a melhor roteiro original.

O termo syriana, apesar de não ser usado no filme, é usado pelos analistas de Oriente Médio para denominar um local fictício numa determinada região que contenha petróleo com fronteiras redesenhadas de acordo com os interesses ocidentais. Isto é, não importa o país (Irã, Arábia Saudita, Iraque) se tem petróleo em seu solo, tem syriana.

Um comentário:

Anônimo disse...

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