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quinta-feira, 9 de maio de 2013

Somos Tão Jovens


Título Original: Somos Tão Jovens (Brasil , 2013)
Com: Thiago Mendonça, Laila Zaid, Sandra Corveloni, Marcos Breda, Bianca Comparato e Olívia Torres 
Direção: Antonio Carlos da Fontoura
Roteiro: Marcos Bernstein
Duração: 104 minutos

Nota: 3 (bom)

Somos Tão Jovens” mostra um pouco da vida do jovem Renato Manfredini Júnior antes de virar o famoso Renato Russo. A ideia é retratar um pouco desse cantor que virou um ídolo do rock nacional antes da fama mostrando o que o motivou e influenciou a se tornar um mito da música brasileira.


Obviamente que a produção não se aprofunda tanto no lado psicológico ou em temas mais polêmicos da sua vida como a sexualidade ou uso de drogas, mas faz um retrato interessante dele apesar da superficialidade. Uma atitude acertada foi focar em apenas um determinado período de sua vida entre 1976 e 1982. 

Apesar do roteiro ficar na superficialidade, ele acerta em criar muito bem a atmosfera vivida por Renato em Brasília. Uma cidade que ainda estava caminhando em busca de identidade onde os jovens reclamavam do tédio e de conformismo de suas vidas, já que a maioria tinham pais militares ou políticos que se conformavam com a situação da ditadura no país. 
Desse ambiente “opressor” surgiu o punk nacional influenciado pelo movimento em Londres com diversas bandas com destaque para a Plebe Rude e o Aborto Elétrico, 1ª banda de Renato que depois se separaria dando origem ao Legião Urbana (com Renato) e o Capital Inicial. E retratar a Brasília dessa época foi muito fácil, a cidade não mudou tanto assim daquele período até hoje. Foi só colocar uns carros velhos na rua que tava tudo certo (risos).

O problema é que o filme é prejudicado com altos e baixos, mas com um saldo positivo.

O grande destaque da parte positiva é a interpretação de Thiago Mendonça como Renato. No início ele parece um pouco caricato, mas aos poucos ele vai se tornando o personagem. Sua performance é muito boa. Outro destaque é a parte musical. O elenco se preparou para tocar as músicas ao vivo e o resultado ficou muito bom e convincente. 

Na parte negativa temos que o roteiro que alterna entre cenas interessantes e outras desnecessárias com atuações bem ruins. Ele explora bem a relação entre Renato e sua amiga e companheira Aninha (Laila Zaid), mas não consegue captar a relação dele com seus pais. 
Outro problema é usar as letras das músicas como referências nos diálogos com algumas citações que soam forçadas e artificiais. Ou pior, acabam soando até um pouco ofensivas e sem criatividade. Além de pouco acrescentarem a narrativa.

No final das contas o resultado é positivo, sendo um filme bem divertido e que apesar dos problemas faz um retrato interessante tanto da época quanto do personagem, optando por ser uma cinebiografia mais comum e abrangente ao grande público sem explorar muito temas polêmicos e mais aprofundados da vida de Renato Russo.

2 comentários:

Tucha disse...

Concordo com vc, o filme tem limites, mas emociona como registro do começo da carreira do poeta. Vale assistir

Marcio Melo disse...

Você foi perfeito em sua resenha, a análise do filme é essa aí mesmo.

Que bom que, pelo menos, o saldo final é positivo.

Para mim valeu pelas lembranças, boas lembranças.