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segunda-feira, 21 de julho de 2014

O Grande Hotel Budapeste

Título Original: The Grand Budapest Hotel (EUA , 2014)
Com: Ralph Fiennes, Tony Revolori, F. Murray Abraham, Adrien Brody, Willem Dafoe, Jude Law, Saoirse Ronan, Léa Seydoux, Mathieu Amalric, Jeff Goldblum, Harvey Keitel, Edward Norton, Jason Schwartzman, Tilda Swinton, Owen Wilson, Tom Wilkinson, Giselda Volodi, Bob Balaban, Fisher Stevens e Bill Murray
Direção: Wes Anderson
Roteiro: Wes Anderson e Hugo Guinness
Duração: 100 minutos

Nota: 4 (ótimo)

É incrível a capacidade do diretor Wes Anderson em conseguir realizar um cinema autoral e em sua filmografia criar um universo único que é facilmente indentificável por quem conhece seus trabalhos. Em “O Grande Hotel Budapeste” ele segue mais uma vez essas “regras” e cria mais um filme divertido e cheio de estilo contando com vários dos atores que costumam estar presentes em seus filmes, além de adicionar novos integrantes a essa “trupe”.


Assim iremos conhecer a história que se passa no Hotel Budapeste do título. Os personagens principais são Gustave (Ralph Fiennes), o concierge do hotel, e Zero (Tony Revolori), o jovem mensageiro iniciante. A trama envolve assassinato, romance, comédia, briga de família e muitos outros temas. A história principal se passa nos anos 30 no país fictício chamado Zubrowka, mas primeiro vamos aos anos 80 quando conhecemos um escritor e narrador vivido por Tom Wilkinson

O personagem escreveu o livro fictício que da nome ao filme e irá contar como conheceu a história. Então iremos aos anos 60 quando encontramos sua versão mais nova interpretada por Jude Law. Ele está no hotel que já está em fase de “decadência” onde conhece a versão mais velha de Zero, agora interpretado por F. Murray Abraham, que irá contar suas “aventuras” de quando era jovem e trabalho no hotel junto com Gustave e de como virou o dono do estabelecimento.

Ficou um pouco confuso? Não se preocupe. Apesar de soar um pouco complicada por envolver vários personagens, o roteiro consegue dar conta de tudo de maneira muito simples. Além disso, o diretor usou diferentes tipos de formato e aspecto para cada época em que a história se passa, assim representando como cada época era filmada no cinema. Muito boa ideia mostrando seu talento e cuidado para a parte técnica.
Já que estamos falando da parte técnica, essa sempre é um dos destaques dos filmes de Anderson. A fotografia é maravilhosa e misturada com os cenários e figurinos constroem o universo de suas obras de maneira tão peculiar.

O filme é inspirado na obra de um escritor chamado Stefan Zweig que viveu nessa época antes da primeira guerra e gostava de viajar escrevendo sobre suas jornadas. Curiosamente ele e sua esposa vieram morar no Brasil e deprimidos durante a segunda guerra cometeram suicídio em 1942. O roteiro homenageia o escritor ao mostrar um pouco dessa época que ele viveu de glamour da “Belle Époque” (bem representada em “Meia-noite em Paris” de Woody Allen) antes da primeira guerra.

Apesar de ter como pano de fundo a guerra, Anderson utiliza o tema de maneira bem sutil e interessante. Mas em seu universo o bom humor acaba falando mais alto, apesar de parecer em alguns momentos ser seu filme mais “sério”, mas sem deixar de ser caricato ou talvez “cartunesco”. Talvez por isso o clima de “melancolia”, que também é uma de suas marcas registradas, acabe ficando de lado. 

Dessa forma por mais que os personagens sejam legais e interessantes não é criada a mesma relação feita em seus filmes anteriores como “Moonrise Kingdom” e “Os Excêntricos Tenenbaums” (o meu favorito). Ainda assim, acaba funcionando melhor que em obras mais irregulares como “Viagem a Darjeeling” e “Vida Marinha com Steve Zissou”.

Além da já citada parte técnica, da inspiração do roteiro, do estilo, para fechar falta falar apenas do elenco. Os “estreantes” no universo de Anderson: Ralph Fiennes e Tony Revolori, mostram bastante carisma e química entre si. Destaque principalmente para Revolori por ser seu primeiro grande papel. E se eu for ficar citando as participações especiais o texto vai se prolongar ainda mais. O elenco é sensacional!
A conclusão é que Wes Anderson conseguiu realizar mais um ótimo trabalho e é bom ver como ele conseguiu criar seu próprio universo em suas obras. Dessa forma só a parte estética e técnica do filme já garantem a qualidade. Some isso a um incrível elenco e uma história divertida e temos diversão por 100 minutos de um ótimo filme.

Um comentário:

Tucha disse...

Vi ontem e me diverti. Gostei do ritmo, dinâmico e surpreendente. Consegue retratar bem o espirito da época.