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domingo, 14 de fevereiro de 2016

Deadpool

Um homem perdido na vida encontra o amor de sua vida. Quando achava que tudo estava bem, descobre que está com câncer. Então resolve fazer um tratamento alternativo. Essa história teria tudo para ser um melodrama daqueles bem cheios de açúcar. Só que na verdade estou falando sobre “Deadpool”, o mais novo “herói” da Marvel a ganhar uma adaptação para o cinema. Aqui o diferencial é que o filme não se leva a sério em 99% do tempo (já aquele 1%...).

A cena inicial já deixa claro qual vai ser o tom do filme: extrema zoeira. Os créditos iniciais já mostram que nem mesmo os envolvidos na produção serão poupados de gozação. A começar pelo próprio protagonista Ryan Reynolds. Ainda mais que o ator já participou de outra adaptação de super-herói ao estrelar “Lanterna Verde” que foi bem desastrosa. Além de ter interpretado o próprio Deadpool em “X-Men Origens: Wolverine”, que também foi algo horrível (o filme a participação).

O humor da história é bem físico, mas conta também com diversas referências pop e elementos de metalinguagem. A todo o momento o protagonista quebra a quarta parede e conversa com o espectador. Isso contribui ainda mais em não se levar a sério. Tudo isso feita de maneira politicamente incorreta e sem falso moralismo. Dessa forma ele acaba se diferenciando da grande maioria dos filmes de heróis. Além de abusar muito de violência bastante gráfica e divertida, mostrando que não é um filme feito para todas as idades.

Agora não é porque o filme brinca com as fórmulas e clichês de filmes de heróis que ele mesmo não irá utilizar esses elementos. De certa forma o filme é basicamente uma história de amor. E também uma história de origem. Afinal de contas o personagem Deadpool pode até ser bem conhecido no universo nerd, mas para o público em geral ele é bem desconhecido. Eu mesmo só conhecia de fama e de nome, nunca li uma revista dele. E olhe que eu faço parte desse universo (risos). Então é importante apresentar personagem. Mas o fato de contar a história de forma não tradicional acaba sendo um grande diferencial.
No final das contas Deadpool não é bem um super-herói, ele está mais para um anti-herói. Daqueles que supostamente faz a coisa certa, mas da maneira errada. E justamente esse jeito irreverente e exagerado que garante o seu carisma. Esse pode ser não o melhor filme do gênero, mas com certeza é um dos mais divertidos.

Os roteiristas Rhett Reese e Paul Wernick souberam captar muito bem o clima do personagem ao misturar um pouco de seriedade com um clima de paródia. Inclusive eles escreveram também “Zumbilândia” que utiliza uma fórmula bem parecida no universo de zumbis.

A trilha sonora de Junkie XL também é muito boa ao misturar alguns elementos de rock com música eletrônica ajudando a construir bem o ritmo do filme. Já as músicas que fazem parte da trilha contribuem para o clima de zoação e referência pop com muita coisa dos anos 80.

Já a fotografia de Ken Seng também merece destaque por conseguir utilizar câmeras lentas de forma inteligente e interessante ou ao parar a cena e mostrar a mesma de outros ângulos. Esse recurso é usado na cena de abertura e funcionou muito bem. Os efeitos visuais e as cenas de ação também são boas, apesar de em alguns momentos soarem um pouco exageradas demais sem comprometer o resultado final. E a montagem de Julian Clarke garante o ritmo ao construir a narrativa usando alguns flashbacks que contribuem para entender e complementar alguma cena que está ocorrendo no presente.

Agora nada isso funcionaria se não fosse o protagonista. E nisso Ryan Reynolds mostra todo o seu carisma e talento como comediante fazendo com que seu Deadpool consiga cativar facilmente o público com suas maluquices e irreverência. Mesmo na maior parte do tempo usando uma máscara, os efeitos visuais deram uma ajuda para mostrar de alguma forma suas expressões faciais embaixo dela. Isso funcionou de maneira brilhante.
O diretor Tim Miller faz uma ótima estreia mostrando que o gênero de super-heróis de quadrinhos ainda tem fôlego para mostrar algo diferente e extremamente divertido.

Obs: Não percam de jeito nenhum a cena escondida depois dos créditos. Ainda estou dando risada dela até agora...

Título Original: Deadpool  (EUA, 2016)
Com: Ryan Reynolds, Ed Skrein, Morena Baccarin, T.J. Miller, Brianna Hildebrand, Gina Carano, Jed Rees, Karan Soni, Isaac C. Singleton Jr., Stefan Kapicic e Leslie Uggams
Direção: Tim Miller
Roteiro: Rhett Reese e Paul Wernick
Duração: 108 minutos

Nota: 4 (ótimo)

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