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terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Rolling Stones

Lá se vão mais de 50 anos de carreira do Rolling Stones. Vai ser difícil alguma outra banda conseguir alcançar uma longevidade desse tipo. Eles vieram se apresentar no Brasil pela 4ª vez e essa pode ter sido a última chance de vê-los ao vivo. Afinal de contas, os integrantes do grupo já têm mais de 70 anos de idade. Então tratei de não perder a oportunidade e fui assistir ao show no Rio de Janeiro, mais precisamente no estádio do Maracanã.

Por volta de 66 mil pessoas estiveram presentes ao estádio para ver o show. A chuva atrapalhou o início da apresentação em quase 30 minutos. E ainda causou problemas no telão do lado direito do palco. Felizmente antes de a banda subir ao palco a chuva parou e não voltou mais.

As luzes se apagam e é o sinal que o show vai começar. Aparece a imagem da bandeira do Brasil nos telões. Em seguida um vídeo parecendo uma simulação de um parque de diversão sobre a banda mostra diversas imagens e referências a carreira da banda. O Rolling Stones entrou no palco e já mandou uma de minhas músicas favoritas: “Start Me Up”. O figurino deles já chama a atenção por ser bastante “exótico”. O mais simples é o baterista Charlie Watts com uma calça jean e uma camisa amarela. Ele também foi o único que não trocou de roupa durante toda a apresentação.

A banda já mostra toda a sua energia, carisma e animação. Isso é personificado principalmente na figura de Mick Jagger que não fica parado se movimentando sempre de um lado para o outro mostrando todo o molejo do seu “moves like Jagger”. É impressionante ver seu preparo! E ele faz questão de mostrar para as “inimigas” que está em forma levantando a camisa para mostrar a barriga. Só faltou dar um beijinho no ombro (risos). O público responde com a mesma empolgação pulando e cantando junto com a banda.
O palco tinha uma passarela para um palco menor no meio do público. Volta e meia Jagger ou alguns dos guitarristas (Ron Wood e Keith Richards) aproveitava para dar uma passada por lá para animar a plateia e sentir sua energia. Os telões exibiam detalhes do show, mas também mostrava às vezes alguma imagem fazendo referência à música que estava sendo tocada. O som estava mais ou menos, pelo menos da arquibancada superior onde eu estava, mas não chegou a comprometer a apresentação.

O repertório contou com os principais clássicos da banda fazendo um bom arranjo de toda a sua longa carreira. Um dos destaques foi que nessa turnê eles tem feito uma votação antes de cada show para escolher uma música para entrar no repertório. Eles dão 3 ou 4 opções e a mais votada é tocada. No show do Rio a escolhida foi “Like a Rolling Stone” (cover de Bob Dylan), que é uma das minhas favoritas. Eu nem tinha esperança que essa música pudesse entrar no show, então fiquei bastante feliz. Foi para mim o melhor momento. Com direito a solo de gaita de Jagger no palco menor. Daqueles que para mim já tinha valido o ingresso. E olha que ainda estava na 5ª música (de um total de 19).

É até complicado destacar apenas alguns momentos do show. Em “Tumbling Dice” Jagger vai ao palco central pedir para o público bater palmas. Ainda era a 3ª música e o ritmo do show já estava bem animado. Jagger aproveitou para se comunicar com o público e arriscou algumas palavras em português. Eles tocaram "Doom and Gloom" que foi a última música inédita lançada por eles e fez parte uma coletânea de sucessos, mostrando que valorizam toda carreira. Entre as minhas favoritas destaco também “Angie” (momento mais “calmo” do show e que entrou no lugar de “Wild Horses” que eu não curto muito), “It's Only Rock 'n' Roll (But I Like It)”, “Out of Control”, “Miss You” e “Jumpin' Jack Flash”.

Interessante como toda a banda, inclusive os “coadjuvantes”, tem algum momento de destaque durante o show. Na metade do show Jagger deixa o palco e quem assume os vocais é Keith Richards. Em “You Got the Silver” ele começa com o violão e voz acompanhado de Wood para em seguida o resto da banda voltar a acompanhá-los. Ele cantou também “Before They Make Me Run”. Já na hora que Jagger faz a apresentação da banda, um dos mais aplaudidos é Watts que não consegue disfarçar muito sua timidez seu momento de destaque. Já o baixista Darryl Jones, que toca com a banda desde 1993, faz um ótimo solo em “Miss You”, enquanto o saxofonista Karl Denson sola em "Brown Sugar". Mas quem rouba mesmo a cena é a backing vocal Sasha Allen que vai até o palco central cantar sozinha sua parte em “Gimme Shelter” e depois continua cantando junto com Jagger.
Em “Sympathy for the Devil” o destaque fica por conta das imagens e símbolos relacionados ao diabo mostrados no telão na cor vermelha. Depois o telão volta a mostrar imagens do show, mas nas “bordas” os desenhos continuam aparecendo. Sem dúvidas foi um dos momentos mais visuais e marcantes do show e olhe que eu nem gosto muito da música.

Na hora do bis o coral da PUC do Rio de Janeiro entra no palco para fazer a introdução vocal da música “You Can't Always Get What You Want”, num dos momentos mais bonitos do show. Depois a banda toda volta e juntos eles terminam de tocar a canção.

E o maior momento do show obviamente ficou para o final, numa decisão acertada de finalizar o show em grande estilo deixando aquela sensação de “satisfação” no público. Sim, estou falando de “(I Can't Get No) Satisfaction”. O maior hit da banda e que consegue sintetizar bem o Rolling Stones. Quando os primeiros acordes são tocados por Richards a plateia ovaciona em alto e bom som. Por mais que seja uma música “manjada” não tem como negar o poder e a energia dela sendo tocada ao vivo. Com certeza é a parte mais marcante e icônica do show que vai ficar na memória por um bom tempo. Para lembrar um grande show da talvez maior banda de rock de todos os tempos. Afinal de contas mais 50 anos de carreira e ainda fazer um show desses com mais de 70 anos de idade não é para qualquer um. E agora posso dizer que vi mais uma lenda ao vivo.

Dia: 20 de Fevereiro de 2016
Local: Estádio Maracanã - Rio de Janeiro - RJ
Fotos tiradas dos site G1

Setlist:

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