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sexta-feira, 25 de março de 2016

Iron Maiden

Essa é a segunda vez que eu tenho a chance de ver o Iron Maiden ao vivo, sendo que a primeira vez foi em 2011. Da última vez que eles estiveram no Brasil não tocaram em Brasília e estavam com uma turnê tocando mais sucessos da carreira. Ano passado eles lançaram um disco novo chamado “The Book of Souls” e o show atual tem como tema esse novo trabalho. Junto com eles ficaram por conta da abertura as bandas The Raven Age (da qual George, filho de Steve Harris, faz parte e que infelizmente não consegui ver) e Anthrax.

Anthrax
Nem sempre uma banda de abertura tem simpatia dos fãs da atração principal, mas o público reagiu muito bem ao show do Anthrax. O vocalista Joey Belladonna mostrou todo o seu carisma com uma performance bastante energética que ele já mostra ao entrar no palco correndo e pulando de maneira alucinada. O resto da banda também se movimenta bastante e interage com o público. A plateia responde com o braço curtindo, entrando no clima. Com apenas 8 músicas no repertório eles conseguiram fazer uma ótima apresentação.

A abertura com “Caught in a Mosh” vale ser citada pelo “absurdo“ de Joey não fazer o “mosh” na galera (risos).  Além de tocar as canções mais conhecidas, o show ainda teve espaço para duas músicas do recém-lançado disco do grupo chamado “For All Kings” e ambas foram bem recebidas pelo público. Mas sem dúvidas o melhor momento do show foi o final com o clássico “Indians”, quando no meio da canção eles tocaram um trecho de “Refuse/Resist” do Sepultura que levou a galera ao delírio pulando enlouquecida. Com uma homenagem dessas ficou ainda mais fácil deixar uma boa recordação e a sensação de ter feito um ótimo aquecimento antes da banda principal.


Enquanto o palco era preparado para o show do Maiden, rolou um momento mico da noite. Começou um coro de “ei Dilma, vai tomar no cu”. Felizmente durou pouco. Eu até entendo as manifestações contra o governo, mas esse tipo de grito ofensivo é totalmente desrespeitoso e inapropriado num evento desse tipo. Mas enfim...

Iron Maiden
Após um pequeno atraso, as luzes se apagam indicando que o show vai começar. Um vídeo no telão mostra o avião Ed Force One caindo na selva, mostrando que a apresentação vai ter uma pegada mais teatral, performática e temática aproveitando o disco mais recente da banda. O palco é apresentado e ele tem dois andares, com a bateria dourada localizada no meio e cenografia que lembra um filme do Indiana Jones. No fundo do palco é possível ver uma imagem que é trocada a cada música fazendo alusão à canção que está sendo executada.

O vocalista Bruce Dickinson surge na parte de cima com um visual de explorador e faz uma espécie de ritual com direito a chamas.  A música que abre o show é “If Eternity Should Fail”, e apesar de não ser uma música extremamente animada foi suficiente para a galera pular e delirar quando o resto da banda entrou no palco.

O único que está usando um figurino temático é Bruce, enquanto os outros integrantes usam roupas com a pegada meio anos 80 que eles usam tradicionalmente nos shows. Quando Bruce grita “scream for me Brasília” você tem certeza de que o Iron Maiden está em sua frente se apresentando. Ele é bastante carismático e está o tempo todo se movimentado pelo palco e interagindo com a plateia. O resto da banda também faz a sua parte fazendo poses com seus respectivos instrumentos e também se mexendo bastante. É um verdadeiro espetáculo musical mostrando que a apresentação em si é tão importante quanto as músicas.

O show segue com “Speed of Light”, o primeiro single do disco “The Book of Souls” e mostra uma outra característica importante das apresentações ao vivo da banda. Eles valorizam bastante o trabalho atual e confiam na qualidade das músicas para não se garantir apenas tocando os hits. Tudo bem que isso acaba quebrando um pouco o ritmo do show em alguns momentos que acabam ficando mais mornos, mas a sonoridade da banda é assim. Músicas um pouco mais longas dão essa sensação, mas elas funcionam para contrabalancear com as mais curtas e agitadas.

Agora é obvio que nos clássicos que a galera realmente fica alucinada. Quando Bruce surge vestindo roupa de soldado e com a bandeira do Reino Unido na parte de cima do palco já sabemos que chegou a hora de “The Trooper”, sem dúvidas um dos pontos altos do show. Logo na sequencia Bruce aparece mascarado para cantar “Powerslave” provando que essa turnê está bastante teatral. O clímax disso é na música “The Book of Souls” quando o boneco do mascote da banda chamado Eddie sobe no palco. É engraçado ver os guitarristas correndo por debaixo das pernas dele. Mas a melhor parte é quando Bruce arranca o coração do “monstro” e o joga na plateia. Sensacional!

Já passamos da metade do show e partir de agora só temos hits da banda. "Hallowed Be Thy Name", "Fear of the Dark" e "Iron Maiden" encerram na sequência a apresentação antes da volta pro bis. A segunda é sem dúvidas a mais manjada do Iron Maiden e confesso que nunca gostei muito. Mas a última, que também é o nome do grupo e do primeiro disco, é uma das minhas favoritas. Nessa canção, vale citar a mudança do fundo do palco que agora mostra imagens meio em 3D com a figura do Eddie em movimento.

Em muitos momentos do show Bruce conversou com a plateia, apresentou algumas músicas e falou sobre a volta do avião Eddie Force One à ativa após ter sofrido um pequeno acidente. Em determinada parte ele fala sobre desemprego, ditadores e coisas do tipo. Lembram que falei da manifestação contra o PT antes do show? Felizmente ninguém gritou nada nessa hora, mas tenho dúvidas de como algumas pessoas podem interpretar as palavras do vocalista. Ele se manifestou melhor antes da música “Blood Brothers” onde falou em resumo que todas as pessoas são bem vindas ao show do Iron Maiden não importa a sua raça, cor, nacionalidade ou crença religiosa. Belas palavras, ainda mais diante do atentado na Bélgica ocorrido no mesmo dia.

No bis eles voltam com a música “The Number of the Beast” e um belzebu aparece no telão no fundo do palco no momento em que a parte visual e as cores fizeram mais sentido com as luzes vermelhas. O show termina com “Wasted Years”, num momento um pouco mais morno, mas em grande estilo com uma música que tem uma carga emocional muito boa e é uma das minhas favoritas da banda. Final de mais um grande espetáculo musical. O Iron Maiden mostra que suas apresentações ao vivo são muito boas e eu que nem sou grande fã da banda volto para casa totalmente satisfeito por ter visto um excelente show.

Dia: 22 de Março de 2016
Local: Ginásio Nilson Nelson - Brasília - DF
Fotos tiradas por mim, mais no link

Setlist:

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