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terça-feira, 30 de novembro de 2004

Bridget Jones: No Limite da Razão

Bridget Jones está de volta aos cinemas em "Bridget Jones: No Limite da Razão", continuação de "O diário de Bridget Jones" de 2001.

Sai a diretora Sharon Maguire (que curiosamente só dirigiu o primeiro filme de Bridget em sua carreira no cinema) e entra Beeban Kidron (seu filme mais conhecido foi "Para Woo Foo, obrigado por tudo, Julie Newman", a versão americana de "Priscila, a rainha do deserto", que tem Patrick Swayze e Wesley Snipes como drag-queens). O elenco continua mesmo, com Renée Zellweger de volta ao papel de Bridget, além de Colin Firth e Hugh Grant.


Sim, vamos ao filme. O que fizeram com a pobre da Bridget? Transfomaram-na numa mulherzinha besta, panaca, que sempre fala a coisa errada no momento errado e vive fazendo besteira. Ficou parecendo com um personagem de desenho animado, tipo o Pateta. Virou uma personagem de um verdadeiro filme pastelão. O humor digamos assim refinados, com toque inglês foi por água abaixo. Pense num filme totalmente besteirol!

O que aconteceu com a Bridget do primeiro filme? Ela era uma personagem comum, em que as mulheres poderiam se identificar. Uma trintona, encalhada, vivendo o drama de não ter um namorado, estar engordando, ficando velha, e outras coisas do mundo real. E nem por causa disso, ela não fazia suas besteiras e pagava micos. Afinal de contas, todos nós acabamos fazendo isso de vez em quando não é.

Era o tipo de filme que eu não achei mais legal por não ser mulher e não ter noção totalmente de como a personagem estava se sentindo (outro filme que também se encaixa nessa categoria é "As Horas", assim como "Clube da Luta" também é bem mais voltado para o público masculino, por exemplo).

O único personagem que continua sensacional é o de Daniel Cleaver, vivido por Hugh Grant. É o grande destaque do filme, com certeza o melhor personagem. O único que continua legal como no primeiro.

Tudo bem, como filme de comédia besta ele pode até render algumas risadas. Mas como filme de Bridget Jones, é muito ruim. Agora não sei se a culpa foi dos produtores do filme. O problema todo está na história. Talvez fosse melhor colocar a culpa na escritora Helen Fielding, autora do livro.

Tem uma cena mesmo que é totalmente absurda, na qual Bridget ensina presidiárias na Tailândia a cantar e dançar "Like a virgin". Totalmente sem noção! E o pior é ela trocando ideia com mulheres em inglês (!?). Como assim!? Não procede total! Essa cena me deixou indignado! Sério mesmo! (Quase bateu o recorde de absurdo da comunicação do filme "Joana D´arc de Luc Besson em que a Joana troca ofensas com soldados ingleses, sendo que ela era francesa. Em qual língua teria acontecido esse diálogo!?)

Pois bem, se o retrato das mulheres de hoje em dia seja parecido com o mostrado nesse filme no papel de Bridget, só resta a mim cada vez mais concordar com as sábias palavras de Tyler Durden. "Nós somos uma geração criada por mulheres. Eu me pergunto se outra mulher é a resposta para nossas vidas".

- "A sequência de O Diário de Bridget Jones faz com que o primeiro filme pareça uma obra de arte" (Manohla Dargis - The New York Times). Gênio!

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