Título Original: Bad Lieutenant: Port of Call New Orleans (EUA, 2009)
Com: Nicolas Cage, Eva Mendes, Val Kilmer, Fairuza Balk, Denzel Whitaker, Jennifer Coolidge, Shawn Hatosy, Xzibit e Vondie Curtis-Hall
Direção: Werner Herzog
Roteiro: William Finkelstein
Duração: 121 minutos
Nota: 4 (ótimo)
Demorou, mas finalmente Nicolas Cage voltou a protagonizar um bom filme. Parece que a cada certa quantidade de bombas ele acaba fazendo algo interessante. E nesse papel em “Vício Frenético” ele realmente está muito bem.
O filme dirigido pelo alemão Werner Herzog (do qual confesso infelizmente nunca ter assistido outro filme) era para ser uma refilmagem de um filme independente de 1992 dirigido por Abel Ferrara. Acontece que um dos produtores tinha os direitos da história, assim surgiu o roteiro que foi parar na mão de Herzog que se interessou em dirigir. Mas ele, assim como eu, não viu e nunca tinha ouvido falar do original. Então para ele era apenas uma história que ele resolveu filmar.
A primeira mudança foi o local, de Nova York para Nova Orleans. A decisão foi dos produtores por causa dos custos lá serem mais baixos. Isso acabou refletindo e combinando muito com a história do protagonista, já que a cidade ainda está se recuperando após o furacão Katrina.
Cage vive o “mau tenente” do título original, um policial que parece não ter problemas em ultrapassar os limites entre a lei e o crime. Tudo começa quando ele sofre um acidente que machuca suas costas. Ele começa a ter que tomar analgésicos fortes para amenizar a dores. Esse é apenas o início do vício que acaba evoluindo para coisas mais fortes como cocaína e heroína.
Apesar disso, Terence McDonagh (Cage) tem também um bom coração e ama sua namorada que é uma garota de programa (Eva Mendes). E claro, é um bom e eficiente policial, apesar de estar sempre chapado e com métodos de investigação questionáveis. Ele fica responsável pela investigação de um assassinato de uma família de imigrantes africanos que estavam envolvidos com tráfico de drogas.
A narrativa do filme é muito interessante ao mostrar as alucinações de McDonagh com seu vício nas drogas, com diálogos surreais e apesar da trama envolver sexo, drogas e violência em nenhum momento o diretor abusa desses recursos de maneira gratuita. Um dos grandes momentos do filme até aparece no trailer, durante um tiroteio quando o personagem de Cage manda um cara atirar novamente em outro que está no chão morto porque a alma dele ainda está dançando.
O grande trunfo da história é mostrar a ambigüidade do protagonista, fazendo com que o espectador tenha repulsa e empatia por suas atitudes. O diretor consegue manter bem o tom do filme e junto com a performance de Cage resultam num ótimo filme.
Com: Nicolas Cage, Eva Mendes, Val Kilmer, Fairuza Balk, Denzel Whitaker, Jennifer Coolidge, Shawn Hatosy, Xzibit e Vondie Curtis-Hall
Direção: Werner Herzog
Roteiro: William Finkelstein
Duração: 121 minutos
Nota: 4 (ótimo)
Demorou, mas finalmente Nicolas Cage voltou a protagonizar um bom filme. Parece que a cada certa quantidade de bombas ele acaba fazendo algo interessante. E nesse papel em “Vício Frenético” ele realmente está muito bem.
O filme dirigido pelo alemão Werner Herzog (do qual confesso infelizmente nunca ter assistido outro filme) era para ser uma refilmagem de um filme independente de 1992 dirigido por Abel Ferrara. Acontece que um dos produtores tinha os direitos da história, assim surgiu o roteiro que foi parar na mão de Herzog que se interessou em dirigir. Mas ele, assim como eu, não viu e nunca tinha ouvido falar do original. Então para ele era apenas uma história que ele resolveu filmar.
A primeira mudança foi o local, de Nova York para Nova Orleans. A decisão foi dos produtores por causa dos custos lá serem mais baixos. Isso acabou refletindo e combinando muito com a história do protagonista, já que a cidade ainda está se recuperando após o furacão Katrina.
Cage vive o “mau tenente” do título original, um policial que parece não ter problemas em ultrapassar os limites entre a lei e o crime. Tudo começa quando ele sofre um acidente que machuca suas costas. Ele começa a ter que tomar analgésicos fortes para amenizar a dores. Esse é apenas o início do vício que acaba evoluindo para coisas mais fortes como cocaína e heroína.
Apesar disso, Terence McDonagh (Cage) tem também um bom coração e ama sua namorada que é uma garota de programa (Eva Mendes). E claro, é um bom e eficiente policial, apesar de estar sempre chapado e com métodos de investigação questionáveis. Ele fica responsável pela investigação de um assassinato de uma família de imigrantes africanos que estavam envolvidos com tráfico de drogas.
A narrativa do filme é muito interessante ao mostrar as alucinações de McDonagh com seu vício nas drogas, com diálogos surreais e apesar da trama envolver sexo, drogas e violência em nenhum momento o diretor abusa desses recursos de maneira gratuita. Um dos grandes momentos do filme até aparece no trailer, durante um tiroteio quando o personagem de Cage manda um cara atirar novamente em outro que está no chão morto porque a alma dele ainda está dançando.
O grande trunfo da história é mostrar a ambigüidade do protagonista, fazendo com que o espectador tenha repulsa e empatia por suas atitudes. O diretor consegue manter bem o tom do filme e junto com a performance de Cage resultam num ótimo filme.
Vou conferir sem dúvidas, o último filme bom que vi com Nicolas Cage foi "O Sol de Cada Manh]a (The Weather Man)" e tem muito tempo.
ResponderExcluirCorrija aí man: "ser uma refilmagem um filme DE independente de 1992"
Tá todo mundo reconhecendo que Cage só tinha feito bomba e agora voltou à boa forma. Gosto e torço por ele.
ResponderExcluirRealmente, estava até com medo de assistir esse filme, sua crítica me surpreendeu! Ah e provavelmente não eram antibioticos que ele estava tomando, e sim analgesicos ou anti-inflamatorios
ResponderExcluirRealmente não eram antibióticos, eram analgésicos - dentre eles, o Vicodin (o que House toma).
ResponderExcluirE o filme é muito bom mesmo. Nicolas Cage arrebentou.
Sid
Obrigado pela correção médicos.
ResponderExcluirNa verdade eu traduzi errado, pq eu só pensava em "painkiller" que é na verdade analgésicos. Sorry!