Com: Matthew McConaughey, Jared Leto, Jennifer Garner, Steve ZahnDallas Roberts, Kevin Rankin e Denis O'Hare
Direção: Jean-Marc Vallée
Roteiro: Craig Borten e Melisa Wallack
Duração: 117 minutos
Nota: 4 (ótimo)
O ator Matthew McConaughey finalmente resolveu escolher melhor os seus filmes e vem mostrando que tem bastante talento que estava sendo desperdiçados em comédias românticas e coisas do tipo. “Clube de Compras Dallas” comprova isso onde ele chegou ao melhor ponto de sua carreira até então ao dar vida ao personagem Ron Woodroof, um homem que em 1985 descobriu que tinha AIDS.
O filme é um estudo muito interessante do personagem. A história é baseada em fatos reais e mostra o drama de Ron ao descobrir que tinha AIDS. Mas não pensem que se trata de um melodrama qualquer. Ainda mais que o protagonista é bem interessante. Um eletricista que vive a vida nos exageros indo a rodeios, aplicando golpes, bebendo, se drogando e fazendo sexo com várias mulheres sem proteção. Mas desde o início da trama já é visível os danos que a doença fez nele. Ao ir parar no hospital o médico se espanta com seu estado e acha um milagre ele ainda estar vivo dando apenas 30 dias de vida para ele.
Começa então a transformação do personagem, mas não achem que vai ser algo mágico e artificial. Para início de conversa ele é altamente homofóbico e não acredita no diagnóstico por achar que se trata de uma doença gay. Mas aos poucos ele aceita sua condição e vai em busca de tratamento.
A partir daí que começa o drama de verdade. Nessa época quando a doença ainda era algo novo o tratamento era bem complicado. O filme toca em questões interessantes com uma leve crítica a política dos EUA que favorecia as grandes empresas farmacêuticas que iriam lucrar bastante com a venda dos medicamentos e não os doentes. Essa questão poderia ter sido melhor explorada, mas a história da um pouco de noção do que as vítimas da doença tiveram que enfrentar.
O Clube de Compras do título surge quando Ron descobre alternativas ao tratamento com remédios conseguidos com um médico americano no México que ainda não tinham liberação de venda nos EUA. Ele resolve então tentar lucrar com isso. E nesse ponto surge outro ponto interessante do personagem. Ao mesmo tempo que ele tenta ganhar dinheiro de alguma forma ele ajuda várias pessoas a ter uma vida melhor com o tratamento. Assim começa a sua transformação aos poucos virando quase um ativista.
Surge então um outro personagem fundamental para a trama: o travesti Rayon (Jared Leto). Ele vai ajudar Ron a conseguir novos clientes dentro do círculo social dos gays já que Ron inicialmente não tem muito jeito com esse tipo de cliente. Acaba surgindo uma relação bem interessante na transformação do protagonista. Afinal de contas o preconceito que Ron tinha contra os gays se torna irrelevante quando ele mesmo sofre a mesma coisa por causa da doença.
O ponto forte do filme é justamente nas atuações. McConaughey e Leto entregam atuações brilhantes que fazem com que o filme ganhe muita qualidade e força na história apesar do problema citado de não se aprofundar muito no tema compensando ao explorar bastante os personagens. O resultado é um ótimo drama que consegue tratar de um tema complicado de maneira eficiente sem cair no melodrama e ainda trazer pequenos toques de bom humor para quebrar um pouco o clima dramático.
Matthew está realmente numa crescente incrível e realmente o filme se vale pelas atuações.
ResponderExcluirAchei apenas um bom filme, historinha manjada, coisa e tal
Gostei do filme, apesar de não ser espetacular. As atuações são inquestionáveis. Temas como a homofobia acerbada do inicio da epidemia, o poder da industria farmacêutica já foram abordadas em outras películas mas é sempre bom recordar, para que nunca deixemos de lembrar.
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