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segunda-feira, 10 de outubro de 2005

O virgem de 40 anos

Quando eu vi algo sobre o filme “O virgem de 40 anos” pela primeira vez parecia até ser interessante. A premissa do filme e sua temática poderiam render uma boa comédia, seguindo estilo de outros como “American Pie” ou outros de temática mais adulta. Depois que eu vi o trailer, já percebi que seria uma comédia besta e sem noção, mas que talvez até pudesse ser legal. Depois de ver o filme só posso afirmar que o resultado final é um desastre. Só pra começar ele é preconceituoso, machista e depois vira moralista e conservador. Como falou um amigo meu, parece que foi um filme feito pela igreja Católica de tantas que são as mensagens subliminares sobre o quanto sexo é “ruim” e um final moralista no qual o sexo só é bom e deve ser feito depois do casamento.

A história fala sobre Andy, o tal virgem de 40 anos. Ele é um cara que vive sozinho e não tem amigos. Ele também coleciona bonecos e outras coisas nerds. Ele trabalha no estoque de uma loja de aparelhos eletrônicos, onde também não se relaciona muito bem com os outros funcionários. Até que um dia acaba sendo convidado por alguns funcionários para um jogo de pôquer para poder completar a mesa. Durante o jogo rolam conversas sobre mulheres e sexo, e então acabam descobrindo sobre a virgindade de Andy. Eles então resolvem ajudá-lo a resolver esse “problema”.

O elenco encabeçado por Steve Carell (que também escreveu o roteiro junto com o diretor do filme Judd Apatow) tem até bons atores, mas o que acaba com o filme é o roteiro. O que falta a história é ter um tom mais, digamos assim, natural. Os personagens são tão caricatos, principalmente o Andy, que fica difícil acreditar em qual veracidade na história. Não precisa ser realista, mas pelo menos mais humanizado.

Tenho que falar também nas referências pop totalmente absurdas. Coitado das pessoas que tiveram que traduzir e fazer as legendas. Depois que um dos personagens fala “faça como o David Caruso no filme Jade” eu realmente desisti de achar algum sentido nas referências. Por sinal, nem sei como isso foi traduzido na legenda.

Outro problema é o fato de estarem sempre tentando forçar a barra em tentar fazer rir, mas com um roteiro tão ruim a coisa acaba não funcionando direito. Sejam piadas que nada acrescentam a história, ou outras tão absurdas e inverossímeis que fica difícil ter uma gargalhada espontânea. Poucas cenas conseguem render boas risadas. Quanto mais o filme tenta sem engraçado a qualquer custo, menos natural ele fica e com isso menos engraçado.

Agüentar ainda um final totalmente moralista e conservador foi demais para mim, mas pareceu ser a maneira mais fácil de acabar com a história. Isso sem falar na cena final, uma “homenagem” ao filme musical “Hair”. Acho que tirando o dinheiro, os atores só devem ter aceitado fazer o filme por causa desse final. A coisa é tão absurda e sem noção, que se duvidar acaba sendo até a melhor cena do filme. Imaginem!

Como vocês podem ter percebido, ficou claro que eu não gostei do filme. Mas parece que eu fui um dos poucos a ter essa opinião. A maioria das pessoas parece ter gostado, achado legal, divertido e se acabou de rir. Então se você achou minhas “críticas” muito pesadas e quiser arriscar ver o filme mesmo assim, fique à vontade. Mas não digam depois que eu não avisei.

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