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sexta-feira, 4 de abril de 2014

Noé

Título Original: Noah (EUA , 2014)
Com: Russell Crowe, Ray Winstone, Jennifer Connelly, Emma Watson, Anthony Hopkins, Logan Lerman e Douglas Booth
Direção: Darren Aronofsky
Roteiro: Darren Aronofsky e Ari Handel
Duração: 138 minutos

Nota: 2 (regular)

O diretor Darren Aronofsky toca em temas religiosos em alguns de seus filmes como “Pi” e “Fonte da Vida”. Dessa vez ele resolveu fazer uma versão moderna de uma das histórias mais clássicas da Bíblia. Em “Noé” ele irá mostrar a trajetória do personagem título na construção de uma arca sob a ordem de Deus para salvar os animais e sua família de um grande dilúvio. Bom, a história é bem conhecida e não temos muitos filmes de Hollywood que abordaram esse tema.


Na Bíblia a história da arca tem apenas 3 páginas, então não é possível esperar que tenhamos um filme extremamente fiel já que muita coisa teve que ser “criada”. Mas o básico está lá. Aronofsky junto com o roteirista Ari Handel colocou novos elementos a transformando em algo ainda mais épico. Isso me incomoda um pouco. Temos aqui um grande blockbuster de enormes proporções cheio de cenas de lutas e ação seguindo o estilo de filmes como “Senhor dos Anéis”. Não era dessa forma que eu enxergava a história de Noé, mas tudo bem.

Apesar desse tom de “batalha”, o lado humano é bem interessante. O jeito como os personagens foram construídos ficou boa e os retrata como criaturas que são capazes de errar. O único personagem que foge um pouco disso é o “vilão” da história: Tubal Cain (Ray Winstone). Ele ficou muito caricato. Ainda assim Winstone o interpreta muito bem. Alias, um dos destaques do filme é o elenco. Sem ele e seu carisma e talento o resultado seria ainda pior. Apesar de não ser muito fã de Russell Crowe ele tem bastante carisma para se sustentar como o protagonista.

A outra coisa que me incomodou foi a visão de Aronofsky sobre a relação entre Noé e outros humanos fora sua família. Salvo engano na Bíblia as pessoas dão risada do fato dele estar construindo a arca e não acreditam que um dilúvio irá matá-los. No filme os humanos querem é tomar a arca dele para sobreviver. Daí o motivo para as cenas de batalha.

Eu pessoalmente acho muito cruel que Deus tenha dado a um homem a decisão de escolher quem deve ser salvo ou não e isso me incomodou bastante durante o filme. Dessa forma eu afirmo que o filme não é ruim eu apenas tenho problemas com a trama. Sem falar que as lições de moral da Bíblia me incomodam um pouco também.
Já na parte técnica o filme tem pontos positivos como a trilha sonora dando o tom grandioso da história junto com o visual da arca que ficou impressionante. A parte da entrada da arca foi construída em tamanho real no set de filmagem e o resultado ficou muito bom. Em compensação os efeitos visuais deixam um pouco a desejar. Eles soam bastante artificiais e incomodam por chamar a atenção para seus defeitos e não suas qualidades. As cenas dos animais chegando para entrar na arca e as cenas de batalhas ficaram bem irregulares. E mais uma vez o 3D não acrescenta muita coisa.

O filme acaba sendo bem irregular e apesar de pontos positivos o resultado deixa um pouco a desejar. Talvez no final das contas ele até seja bom, mas aí eu tenho que apelar para o meu lado pessoal já citado no texto para não ter gostado dessa visão “épica” de Noé criada por Aronofsky.

2 comentários:

Tucha disse...

Estou querendo ver o filme, a questão é ser muito longo, por pura curiosidade. Li um artigo interessante sobre Noé num blog da
Folha de SP, se ficar curioso leia.

http://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2014/04/03/dez-coisas-que-voce-nao-sabia-sobre-noe/

Marcio Melo disse...

Discordo BASTANTE, mas muito mesmo de ti aqui em relação a Noé.

Você justificar as coisas baseados no "conto de fadas" da bíblia não acho que é um bom caminho porque o que Aronofsky fez foi justamente adaptar o conto, soltar sua imaginação e criar um verdadeiro épico de fantasia no melhor estilo Senhor dos Anéis.