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quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Frank


A premissa do filme “Frank” é bastante curiosa. Basta dar uma olhada na foto do personagem título. Ele é o cantor de uma banda alternativa/psicodélica que usa o tempo todo uma cabeça falsa (que lembra a um boneco de Olinda). O mais interessante é que apesar de soar bem absurda, a trama é inspirada em fatos reais.

O Frank da vida real é um personagem criado por um comediante chamado Chris Sievey que nos anos 80 e 90 fazia aparições na TV do Reino Unido. O roteirista Jon Ronson fez parte da banda de Frank na vida real e resolveu escrever um filme de ficção inspirado no personagem.

No filme o personagem principal se chama Jon (Domhnall Gleeson de "Star Wars - O Despertar da Força"). Ele é um músico “frustrado” que tenta achar inspiração no seu cotidiano sem muito sucesso. Ele acaba entrando por acaso como tecladista substituto da banda Soronprfbs que tem Frank (Michael Fassbender de "12 Anos de Escravidão") como vocalista. A musicalidade da banda foge do tradicional e preza pela improvisação. O importante é a música e sua inspiração, não fazer sucesso, ter reconhecimento e coisas do tipo.

Jon acaba se unindo a banda meio contra sua vontade numa casa no interior onde eles irão gravar um disco. Só que acaba levando mais tempo que ele esperava. Nesse período ele tenta ser aceito na banda e mostra suas próprias músicas, mas ninguém da muita bola ou no caso de Clara (Maggie Gyllenhaal de "Batman - O Cavaleiro das Trevas") chega a ser bastante antipática com ele. Frank é o único que mostra alguma empatia.

O filme mostra nessa jornada em torno da gravação do disco mostrar um pouco os limites da inspiração e loucura da arte de se expressar, aqui no caso em forma de música. Como falei no início Jon tenta achar inspiração no seu cotidiano sem sucesso, enquanto Frank consegue achar em coisas totalmente aleatórias.

A grande sacada do filme é o personagem de Frank. A atuação de Michael Fassbender é impressionante, afinal de contas ele passa o filme toda usando a máscara. Mesmo com a limitação de não poder mostrar as expressões faciais, a principal arte para um ator, ele consegue superar isso com o uso da voz e expressão corporal. E suas expressões faciais acabam virando piada quando em determinado momento da história o personagem começa a falar e dizer qual cara está fazendo.

O principal problema do filme é não explorar tanto quanto poderia o lado musical da banda. A parte da banda foi toda feita pelos próprios atores ao vivo durante a filmagem. Mas infelizmente são poucas as partes da banda tocando. Acho que isso poderia ter sido melhor explorado. A história acaba focando demais em Jon que acaba sendo o personagem principal e seus conflitos com a banda e deixa Frank um pouco de lado em alguns momentos. Isso acaba prejudicando o potencial que a trama tinha, mas não chega a estragar. Ainda assim temos um filme que consegue misturar bem o drama e a comédia sendo bastante criativo e fora do comum, além de uma experiência divertida principalmente para quem é fã de música.

Título Original: Frank (Irlanda, Reino Unido, 2014)
Com: Domhnall Gleeson, Michael Fassbender, Maggie Gyllenhaal, Scoot McNairy, Shane O’Brien, François Civil e Carla Azar
Direção: Lenny Abrahamson
Roteiro: Jon Ronson e Peter Straughan
Duração: 95 minutos

Nota: 3 (bom)

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