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segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

La La Land: Cantando Estações (La La Land)

Como seria filmar um musical seguindo as regras dos clássicos do gênero nos dias de hoje? É isso que o diretor Damien Chazelle tenta realizar no filme “La La Land: Cantando Estações”. Além de prestar uma linda homenagem ao gênero.

Só que Chazelle não faz apenas um tributo aos musicais. Ele também presta reverência a Hollywood clássica dos anos de ouro, a cidade de Los Angeles, a filmes antigos, jazz - ou seja - é bastante informação. E infelizmente o diretor não consegue lidar com toda essa informação de maneira satisfatória.

Num musical, ao invés de expressar seus sentimentos com palavras, em muitos momentos os personagens preferem usar a voz ou os passos de dança. As músicas são boas, mas a repetição do tema principal prejudica por torná-la cansativa. O destaque fica por conta de “City of Stars”, que é daquelas que fica na cabeça por um bom tempo.

As cenas de dança são simplificadas pelo limitação dos protagonistas, mas tem bons momentos. Ryan Gosling e Emma Stone são talentosos, então apesar de não serem músicos ou dançarinos profissionais eles se esforçam o máximo dentro de suas limitações. A química entre os dois também é muito boa. Eles já haviam trabalhado juntos em “Amor a Toda Prova”, então foi fácil estabelecer uma conexão.

Stone se destaca por conseguir expressar melhor suas emoções com sorrisos ou com olhares tristes. Vale destacar o uso das cores em seu figurino misturando a cor dos seus olhos verdes, cabelo vermelho, suas roupas (destaque para o vestido azul) e os cenários. Tudo feito para ficarem em harmonia. E isso fica ainda mais em evidência pelo fato do filme ter sido filmado em Cinemascope onde as cores ficam chapadas.

O diretor fez questão de seguir as regras básicas dos musicais clássicos e o uso do Cinemascope é só uma delas. Logo no início do filme vemos um engarrafamento em um viaduto de Los Angeles. Algo normal no dia a dia da cidade. Todos estão com a cara infeliz pela situação. Mas de repente alguém salta do carro e começa a cantar. Logo estão todos cantando e dançando. Ou seja, estamos diante de um musical.

Só que quando ele resolve partir para o tributo ao jazz vem a parte mais problemática do filme. A figura de Sebastian (Gosling) fica perdida dentro do cenário musical. Um pianista branco no meio de outros músicos negros. A situação fica meio perdida e deslocada. Não chega a ser um problema grave por não ser o principal da história, mas prejudica.
Temos então a homenagem a filmes antigos. O filme “Juventude Transviada”, protagonizado por James Dean, é citado. Mas a referência soa gratuita e apenas uma desculpa para um cena no Observatório Griffith, cartão postal da cidade de Los Angeles.

Apesar dos problemas a verdade é que o filme é sobre paixão sobre a música. Chazelle já tinha falado sobre essa obsessão em “Whiplash: Em Busca da Perfeição”. Dessa vez ele utilizou o tema sobre o amor musical e das muitas formas que ele se apresenta. Então é meio impossível não se emocionar com a história. Ela tem uma carga emocional bastante forte, e o clima de nostalgia também contribui bastante para isso, a ponto de torcermos para o casal ficar junto no final.

Ou seja, é um filme com um tom otimista que fala também sobre seguir os seus sonhos, por mais difíceis que eles sejam. Pode ser que um dia eles ses realizem. Mas qual o preço a se pagar por isso? Só assistindo para saber a resposta...

Título Original: La La Land (EUA, 2016)
Com: Ryan Gosling, Emma Stone, Rosemarie DeWitt, J.K. Simmons, Finn Wittrock, John Legend e Tom Everett Scott
Direção: Damien Chazelle
Roteiro: Damien Chazelle
Duração: 128 minutos

Nota: 4 (ótimo)

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