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quarta-feira, 21 de novembro de 2018

Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald

O principal problema do 1º Animais Fantásticos é o fato dele não ser sobre os animais. Somos apresentados a Newt Scamander (Eddie Redmayne), um bruxo que é fascinado pelas criaturas e está escrevendo um livro sobre elas. No entanto, ele se envolve em diversas “confusões”. Tudo bem, o universo criado por J. K. Rowling é interessante e agora a escritora volta no tempo para contar uma nova história dentro desse mundo. O primeiro longa apresenta seus personagens razoavelmente bem e tem uma narrativa razoavelmente fechada. Contudo, a idéia é fazer uma série de filmes, então chegamos em “Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald”.

O Grindelwald (Johnny Depp) do título é o grande vilão da história, mas que só aparece no final quando é preso. Bom, aqui obviamente ele foge e dessa vez iremos acompanhar a caça do seu paradeiro e saber qual o seu objetivo. O único que poderia derrotá-lo é Albus Dumbledore (Jude Law), mas ele diz que não pode, então “obriga” Newt a assumir a missão.

A premissa não é ruim, mas Os Crimes de Grindelwald não consegue desenvolver uma história razoavelmente interessante a partir disso. De quem é a culpa disso? Sim, de J. K. Rowling, que agora não é mais uma fonte de inspiração, já que não existe um livro para se basear a história, e ela assume o papel de roteirista. O filme parece mais interessado em mostrar referência ao universo de Harry Potter do que desenvolver seus personagens.

Um bom exemplo disso é a relação entre Newt e Tina (Katherine Waterston), que não é aprofundada, apenas apresentado um interesse romântico malsucedido e platônico entre os 2 que não funciona em nenhum momento. Os novos personagens então, como Leta Lestrange (Zoë Kravitz), não são bem explorados e apesar de terem alguma importância dentro da narrativa, são “sabotados” no final sem conseguir dizer ao que vieram.

Os únicos personagens interessantes da história são Dumbledore e Grindelwald, mas não por conta do roteiro, e sim por causa das atuações excelentes de Law e Depp respectivamente. Infelizmente eles aparecem pouco no longa e devem ganhar importância maior nos próximos filmes. Eles são os únicos motivos que justificam seguir as tramas futuras, mas não compensam os problemas de Os Crimes de Grindelwald.
Se o roteiro de J. K. Rowling não ajuda, a direção de David Yates também não é muito inspirada. Talvez ele já esteja trabalhando no modo automático após dirigir tantos filmes da franquia. A cena inicial da fuga de Grindelwald, por exemplo, é extremamente confusa. A fotografia também é ruim, resultando em uma imagem muito escura, sem muita justificativa para isso. Mesmo com um excelente design de produção e figurino, o longa também perde a oportunidade de explorar a geografia de Paris, onde a história se passa, transformando a cidade em algo bem genérico.

No final, “Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald” apresenta uma “grande revelação”, mas que pode ser na verdade uma grande “Pegadinha do Malandro”. Caso isso ocorra, o filme se tornaria ainda mais desnecessário. E olhe que após mais de 2 horas de “história” a sensação é de que nada aconteceu. Uma verdadeira enganação!

Classificação:

Título Original: Fantastic Beasts: The Crimes of Grindelwald (EUA, Reino Unido, 2018)
Com: Eddie Redmayne, Katherine Waterston, Dan Fogler, Alison Sudol, Ezra Miller, Zoë Kravitz, Callum Turner, Carmen Ejogo, Claudia Kim, William Nadylam, Kevin Guthrie, Jude Law e Johnny Depp
Direção: David Yates
Roteiro: J. K. Rowling
Duração: 134 minutos

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