Miami Vice foi uma série que marcou época na tv por seu estilo inovador. Era praticamente um filme feito em formato de seriado. Michael Mann era o produtor executivo e sempre achou que na verdade deveria ter virado um filme. Foi quando Jamie Foxx se interessou pelo projeto e convençeu Mann a dirigir.
Um dos segredos do sucesso da série era o carisma do seus personagens: James “Sonny” Crockett (Don Johnson) e Ricardo Tubbs (Philip Michael Thomas). Aí é que vem o problema número 2: Foxx e Farell não conseguem ter o mesmo carisma dos personagens da série. No filme eles são simplesmente jogados dentro da tela sem nenhuma apresentação à platéia.
O grande mérito do filme é a atualização do contexto e do visual da série, além de levar a mais a sério a coisa. Agora os personagens usam os mais modernos recursos da tecnologia atual e tem um visual “chique” de acordo com os dias atuais. E hoje o crime e o tráfico de drogas é mais globalizado. Isso acaba causando o problema número 3. O seriado se passava em Miami, mas o filme não. Sonny e Tubbs acabam sendo promovidos a “super agentes” quase do mesmo nível de um James Bond ou Ethan Hunt (Missão Impossível). Então eles vão atrás dos bandidos no Paraguai, Colômbia e Cuba, e quase nunca estão em Miami. Seguindo o mesmo estilo de Colateral, a maioria das cenas acaba sendo feitas à noite, transformando Miami num lugar meio “dark”, diferente da imagem que temos de ser uma cidade de sol e praia.
A idéia de dar realismo a história também é bem interessante. O seriado acabava tendo um tom meio “comédia” e também de filmes policiais para serem exibidos na Sessão da Tarde, tanto que era exibido aos domingos de manhã na Globo. Agora a coisa é séria! Mas aí vem o problema número 4: focar a história no romance entre Sonny e a executiva do tráfico vivida pela atriz chinesa Gong Li (“2046”). Isso acaba botando por água abaixo toda a veracidade da história, graças aos 30 minutos finais do filme. Bom, falar mais do que isso pode comprometer a história, para quem ainda pretende assistir o filme. O drama vivido pelos personagens acaba não tendo esse realismo, graças ao problema de falta de carisma e apresentação dos mesmos.
Então voltamos ao problema número 1: Farell. Seu personagem acaba sendo o principal, deixado Foxx como um mero coadjuvante. Mas ele pelo menos quando aparece faz seu serviço de maneira competente, ao contrário do seu colega de trabalho.
Agora o problema final, o roteiro. Apesar de todo o realismo do tráfico de drogas, a maneira como a história é desenvolvida é ruim. Isso é refletido nos outros problemas como a apresentação dos personagens ou na foco da história. Escrito pelo próprio Mann, o roteiro deixa muito a desejar, ainda mais comparados com os seus trabalhos anteriores.
Resumindo, apesar de todo o visual e realismo, o resultado do filme é totalmente negativo. Para mim foi uma decepção, pois eu tinha muita expectativa em relação a ele.
Você é muto engraçado: "Um dos segredos do sucesso da série era o carisma do seus personagens: James “Sonny” Crockett (Philip Michael Thomas) e Ricardo Tubbs (Don Johnson." O que é isso????? Tirou de algum site????? rsrsrsrsrsrsrsrssrsrsrsrsrssr
ResponderExcluirSe você quer realmente escrever sobre cinema, pequise mais, não escreva bobagens...
Abraço fraterno
Rose Vieira