Esse tema é muito difícil de ser explorado sem cair para o piegas ou pelo excesso de drama. Felizmente isso não acontece nas mãos de Greengrass, que já tem experiência no assunto. Ele dirigiu um filme chamado “Domingo Sangrento” (Bloody Sunday) sobre o massacre das tropas britânicas ocorrido na Irlanda durante uma manifestação pacífica (evento que também inspirou o U2 a escrever a música “Sunday Bloody Sunday”). O tom desses filmes é de tamanho realismo, quase ao ponto de parecer um documentário.
Agora existe um limite entre realismo e veracidade. Ou melhor dizendo, o filme é um obra de ficção baseada em fatos reais. Então não quer dizer que o ocorrido dentro do avião mostrado no filme seja realmente o que aconteceu. Afinal de contas ninguém sobreviveu para contar. Greengrass escreveu o roteiro baseado em muitos depoimentos das famílias dos passageiros do avião.
A escolha de um elenco de atores desconhecidos foi bastante acertada, para que a audiência não acabasse identificando algum dos personagens como sendo um dos principais. Outra peculiaridade do elenco é que alguns dos controladores de vôo são reais. Uma técnica utilizada foi separar o elenco durante as filmagens. Os terroristas ficaram em um hotel e os passageiros em outros. O diretor queria capturar de maneira mais real a separação e hostilidade entre os grupos durante as cenas. Isso que é realismo!
Para quem não lembra dos fatos, dos aviões sequestrados e usados no dia do atentado, o United 93 foi o único a não alcançar seu objetivo e acabou caindo num campo da Pennsylvania a caminho de Washington. O filme mostra o caos ocorrido nas torres de controle de vôo e foca no vôo sequestrado citado. Apesar da história já ser conhecida, é incrível como as imagens do atentado chocam até hoje. Ou como o filme é capaz de surpreender e causar emoção de maneira tão forte.
muito bom
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