Título Original: O prazer é todo nosso (2014)
Autor: Lola Benvenutti
Editora: Mosarte
Número de páginas: 196
Quando li em 2013 uma reportagem do site G1 sobre Lola Benvenutti que me chamou a atenção. Ela dizia que a moça era formada em Letras e tinha virado garota de programa porque gosta. Agora em 2014 ela lançou um livro chamado “O prazer é todo nosso”, onde relata algumas de suas histórias no exercício da profissão, misturado com um pouco de “auto-ajuda” e no final ela conta um pouco da sua história de vida.
Ela escrevia sobre suas experiências num blog. Isso parece muito similiar a outra famosa garota de programa brasileira: Bruna Surfistinha, que também lançou um livro chamado "O Doce Veneno do Escorpião". Mas Bruna não escreve muito bem e seu livro misturava os casos com os clientes com sua própria história sem funcionar direito. Lola nesse quesito é bem diferente. Além de formada em letras ela é muito fã de literatura, então a diferença em sua escrita é absurda. Lola escreve muito bem!
Sim, o que me chamou a atenção nela foi justamente esse fato de “fazer porque gosta”. Isso é muito interessante pensando no quanto a nossa sociedade é machista. Essa liberdade sexual feminina é muito importante. E ela fala muito sobre isso. Eu já falei sobre o assunto quando escrevi sobre o filme “Ninfomaníaca”. O sexo ainda é um grande tabu para a sociedade, principalmente aqui no Brasil.
No livro Lola, que na vida real se chama Gabriela Natália da Silva, conta algumas de suas histórias como garota de programa. Em cada história ela faz de ilustrar e falar sobre o tema da história, seja homossexualidade, sexo anal, sadomasoquismo e muitos outros temas relacionados ao sexo. Nisso ela mistura um pouco de auto-ajuda mostrando o quanto é importante o leitor ir em busca do prazer sem se preocupar com preconceitos e dogmas, respeitando é claro o seu próprio desejo e limite.
Uma das minhas histórias favoritas é uma na qual ela conta ter sido convidada para participar de uma festa ao estilo da que acontece no filme “De olhos bem fechados” de Stanley Kubrick, onde um grupo de médicos com seus(suas) respectivos(as) se reúnem para fazer sexo em grupo em algum local isolado. Todos os presentes estão usando máscaras, menos ela, algo bem parecido que ocorre com o personagem de Tom Cruise no filme. A diferença é que ela aproveitou muito bem a festa (risos) e foi também muito bem paga para isso (ela não fala em valores).
As histórias são bem legais e muito bem escritas como se fossem pequenos contos. Ela se preocupa em não usar muito palavras muito “sujas”, mas consegue descrever muito bem os detalhes. Algumas histórias são realmente bem excitantes! E o jeito que ela escreve tem tudo para agradar dos fãs de contos eróticos até os que no máximo leram algo tipo “50 tons de cinza” e gostaram.
Após as histórias ela, na parte final do livro, ela conta um pouco da sua vida pessoal com coisas como a aceitação da família ou de como após essa reportagem do G1 de como rapidamente virou uma “celebridade”. Bom que agora ela teve a chance de mostrar também seu talento como escritora. Então se você se interessou pelas histórias da Lola vale muito a pena ir atrás desse livro.
Fiquei curiosa... Quero ler... me empresta?
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