Título Original: Maps to the Stars (EUA, Canadá, 2014)
Com: Julianne Moore, Mia Wasikowska, John Cusack, Olivia Williams, Robert Pattinson, Sarah Gadon, Evan Bird e Carrie Fisher
Direção: David Cronenberg
Roteiro: Bruce Wagner
Duração: 111 minutos
Nota: 4 (ótimo)
O cineasta David Cronenberg tem uma carreira bastante peculiar ao mostrar tramas que muitas vezes mostram o lado mais “bizarro” do ser humano. Seus filmes sempre costumam fugir do lugar comum. Em “Mapas para as Estrelas” ele segue um caminho mais surrealista, algo parecido com David Lynch principalmente em “Cidade dos Sonhos” que tem temática parecida. Aqui iremos ver uma visão de Hollywood e suas estrelas de cinema que mistura humor negro com um pouco de exagero, caricatura e ironia ao mostrar um lado mais obscuro das celebridades.
Iremos acompanhar personagens como a atriz decadente Havana Segrand (Julianne Moore) que está obcecada em protagonizar uma refilmagem de um filme que foi estrelado por sua mãe e o jovem Benjie Weiss (Evan Bird) que apesar de ter apenas 13 anos acaba de se recuperar de dependência química e começa a filmar uma continuação do seu maior sucesso no cinema. Outra personagem importante é Agatha (Mia Wasikowska), uma jovem que chega a Los Angeles com aquele ar de inocência buscando virar uma estrela, mas na verdade tem outros objetivos em Hollywood. Falar mais sobre eles pode estragar as “surpresas” da trama.
Como falei no início, a trama foca mais nesse tom surreal e um pouco exagerado. Isso funciona muito bem graças aos atores que conseguem tornar seus personagens interessantes sem soar caricatos. E o tom do filme acaba ganhando também uma mistura de sobrenatural com delírios psicológicos dando um clima um pouco de suspense e terror misturados com o surreal de saber se aquilo é real ou não.
Mais uma vez o grande destaque do elenco fica com Julianne Moore. Mas o restante do elenco não fica muito abaixo e as situações que seus personagens passam do dia a dia fazem pensar de que por que os reality shows de celebridades não mostram isso (risos).
Obviamente por ser um filme que fala sobre celebridades e Hollywood não faltam piadas e referências pop com alguns toques de metalinguagem como por exemplo a participação da atriz Carrie Fisher (a princesa Leia de Star Wars) interpretando ela mesma.
Talvez em nenhum momento o filme consiga fazer uma grande crítica ou mesmo atender a todos os tema que ele se propõe como o já citado “Cidade dos Sonhos”, por exemplo, mas Cronenberg mesmo assim constrói uma ideia interessante cheia de personagens desajustados com ótimas atuações gerando um filme bem divertido, surreal e um pouco assustador sobre esse lado “obscuro” das celebridades. Assim como “Cosmópolis”, seu último trabalho, não é um filme fácil e para o grande público, principalmente graças a sua “surreabilidade” que pode não agradar a todos.
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