A banda Maroon 5 voltou ao Brasil para fazer shows solo em 5 cidades do país. Curiosamente 2 cidades do nordeste entraram no roteiro: Fortaleza e Salvador. Após mais de 5 anos morando em Brasília essa é a 1ª vez que volto a minha cidade natal para ver um grande show internacional. Fiquei feliz de ver a capital da Bahia sendo palco de um evento desse tipo, algo que não é muito comum. 30 mil pessoas estiveram presentes no Parque de Exposições.
Dashboard Confessional
Antes da banda de Adam Levine subir ao palco, o grupo Dashboard Confessional fez o show de abertura. Pedi para meu amigo Daniel Novais, que é fã da banda, escrever sobre o show deles:
O show de abertura ficou por conta da banda emo/pop norte americana Dashboard Confessional. Essa foi a primeira vez do grupo no Brasil – anteriormente, o vocalista Chris Carrabba havia se apresentado solo em terras nacionais em formato que emulava um acústico.
Fazendo um show para um público pouco familiarizado com suas músicas, a banda tentou durante os 42 minutos de apresentação interagir com a plateia, tocando o seu repertório mais popular e versões mais agitadas das músicas, e até arriscando cantar trechos de uma das músicas – “Stolen” - em português.
O setlist passou pelo que há de mais popular da banda, incluindo as músicas que frequentaram as paradas e trilhas sonoras da MTV, como “Screaming Infidelities”, “Saints and Sailors”, “Hands Down” e “Vindicated” – parte da trilha sonora de Homem-Aranha 2. Mesmo assim, o momento alto do show foi o cover do solo e refrão de “Fix You” do Coldplay – o único momento em que a plateia genuinamente cantou junto a música palavra a palavra.
Maroon 5
Não sou grande fã do Maroon 5, mas eles tem músicas muito boas. O 1º disco deles “Songs About Jane” é muito bom e mostrava uma boa mistura de rock e pop com boas letras e um som interessante. A partir do disco seguinte e até o “V”, que é o 5º disco, os álbuns começaram a ficar um pouco “pasteurizados” e muito cheios de samplers e efeitos para soarem ainda mais pop. As músicas as vezes não funcionavam no disco em sequência por uma hora acabarem cansando, mas alguns destaques funcionam separadamente. Talvez esse seja mais o perfil atual da música, ouvir singles e músicas soltas, que encaixa bem com o som do grupo.
Então minha principal curiosidade era ver se ao vivo eles ainda conseguiam soar como uma banda e não como uma coisa “fabricada” dentro de estúdio. E para minha surpresa a apresentação deles é muito boa. As luzes do palco já chamam a atenção e mostram a preocupação da banda também com a parte visual. Luzes verdes com desenhos simulando uma selva com alguns animais davam a dica da música que iria abrir o show: “Animals”.
O público foi ao delírio, pulou e cantou junto com a banda. Foi bom ver a resposta da plateia mostrando que a banda não precisava fazer muita coisa para agradar as pessoas, apenas boas músicas. O centro das atrações acaba ficando com o vocalista Adam Levine que mostra todo o seu charme e carisma em cima do palco. Ele fica sempre de um lado ao outro para conseguir dar mais atenção a galera. O próprio repertório já mostra que ele é a principal figura da banda ao incluir músicas como “Stereo Hearts”, cover do Gym Class Heroes que tem a participação de Levine, que na versão ao vivo do Maroon 5 contou com o próprio Adam cantando a sua parte e também a parte rap da música.
A banda consegue fugir da maioria dos clichês de shows e realmente se apoiam na força de suas canções tanto que as seis primeiras músicas são tocadas praticamente na sequência sem pausas entre elas. E todas elas animadas. Só em “Love Somebody” que eles deram uma leve acalmada. Claro que não podiam faltar um “Obrigado” por parte de Levine e alguns elogios ao país, principalmente as mulheres. Ou quando ele comentou que gosta da plateia cantar junto com a banda. O melhor momento para ilustrar isso foi em “This Love” com ele cantando a capela o início da música junto com o público. Um dos momentos mais bonitos do show.
A iluminação é importante para causar um impacto visual interessante, mas faltaram mais referências visuais com as outras músicas assim como na abertura. O palco com 2 andares da a impressão de quem está na parte de baixo são os principais astros da banda: o vocalista Adam Levine, o baixista Mickey Madden e o guitarrista James Valentine, que ficam com liberdade para se movimentar no palco. Na parte de cima a única exceção é o baterista Matt Flynn (que entrou na banda em 2004) que fica no centro e devido ao seu instrumento não pode ficar mudando de posição.
Além de Levine, o único membro da banda que consegue ter algum brilho e destaque é o guitarrista James Valentine. Em músicas como “Lucky Strike” ele faz ótimos solos fazendo poses de “guitar hero“ chegando até em determinado momento a ficar de joelhos no chão. Isso é legal para mostrar que apesar da sonoridade pop eles ao vivo ainda lembram do lado mais rock, principalmente da época que a banda ainda se chamava Kara´s Flowers. Mas mesmo assim Adam não quer ficar apagado e ele também pega a guitarra para tocar alguns solos, inclusive com direito a uma disputa de guitarras entre eles na música “Daylight”. Mas o melhor momento entre os dois foi em “Sunday Morning” onde rolou disputa entre o vocal de Levine e a guitarra de Valentine.
Para não dizer que eles não são uma banda, em “Payphone” são colocados microfones para toda a banda se reunir na frente do palco para cantar a primeira parte da música apenas com violão e vozes para depois continuar com a banda toda tocando. Outra coisa interessante a se comentar são os arranjos um pouco diferentes de algumas músicas ao vivo. Às vezes ficou meio estranho, mas funcionou como em “Harder to Breathe” (minha música favorita da banda) e “Maps”.
O bis contou com o meu favorito do show quando apenas Adam e James ficaram no palco para cantar uma versão acústica de “Lost Stars”, música do filme “Mesmo que nada de certo” (Begin Again). Ficaria ainda melhor se depois a banda toda voltasse para tocar a segunda parte da música, mas tudo bem. Ainda apenas com o violão eles emendaram com “She Will Be Loved” que para mim não funcionou muito bem nessa versão, mas quando a banda toda volta a música ganha muito mais energia.
O show estava perto do fim, então era a hora do teste. Seria Adam Levine capaz de “Moves Like Jagger”? Após ter visto pouco tempo antes uma apresentação do Rolling Stone ao vivo a minha resposta é não. Sorry Levine, mas Mick mesmo com mais de 70 anos é único no que faz (risos). “Sugar” encerrou a apresentação de maneira equilibrada ao ser uma música que não é extremamente animada, mas que também não é uma canção mais lenta. Acho errado banda que termina o show com músicas mais “maresia”. Na minha humilde opinião o final tem que ser sempre com uma canção que deixe o público feliz para ele ir embora satisfeito com o show e com aquela vontade de quero mais. O Maroon 5 chegou um pouco perto disso. O show com apenas 16 músicas mostrou um formato correto por não acabar se prolongado e virando uma experiência cansativa.
Setlist:
Nenhum comentário:
Postar um comentário