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quinta-feira, 19 de julho de 2018

Uma Quase Dupla

Texto por Tássya Queiroz

O que levaria uma experiente investigadora da DP de Homicídios do Rio de Janeiro à Joinlândia – “uma cidade de gente joinha”? Keyla, interpretada por Tatá Werneck, é chamada pelo delegado Moacir (Ari França) para acompanhar um caso que assolou a pequena e pacata cidade. Um assassinato ocorrido em circunstâncias estranhas une Keyla e Claudio (Cauã Reymond), que aspira resolver seu primeiro grande caso para se tornar o novo delegado do município.

A dupla então assume o caso e inicia uma investigação criminal, no entanto as diferenças entre eles e a forma de atuação profissional de cada gera os conflitos iniciais do longa, causando obviamente o caráter cômico do filme. Keyla é uma mulher forte que logo ao chegar em Joinlândia se apresenta destemida e pronta para o trabalho. Claudio é simpático e apresenta uma ingenuidade interiorana, de forma que ainda não tem a desconfiança necessária para sua profissão.

A química entre Tatá e Cauã não chega a ser ótima, mas não atrapalha a trama e consegue manter a constância ao longo do desenvolvimento dos personagens. Tatá Werneck atua bem, trazendo sua veia cômica dos trabalhos anteriores, em uma fórmula já conhecida por aqueles que acompanham sua carreira. O que de certa forma não atinge a expectativa em relação à sua atuação, uma vez que em “Uma quase dupla” é impossível dissociar a personagem da atriz, já que ela aparece basicamente como sua própria persona.

Cauã Reymond, por outro lado, apresenta um subdelegado carismático, que cresce ao longo da trama e cria um vínculo com o expectador. Sua ingenuidade e boa vontade cativam à ponto de torcermos por sua vitória. Além, é claro, de ser a surpresa cômica do filme, trazendo equilíbrio à atuação de Tatá, que exagera nos trejeitos e na quantidade desnecessária de piadas.
Uma Quase Dupla” tem a direção de Marcus Baldini, conhecido por “Bruna Surfistinha”. Aqui ele traz um formato interessante, com uma linha de raciocínio consistente, apesar de apresentar momentos previsíveis. Algumas gratas surpresas do filme ficam por parte do elenco coadjuvantes, como Daniel Furlan, Louise Cardoso e Alejandro Claveaux.

O filme entretém, apresenta um timing eficaz e os diálogos são rápidos, em um formato cômico já conhecido, porém que agrada. A atuação de Tatá Werneck não se destaca tanto quanto a de Cauã, no entanto o resultado da atuação da dupla é divertido. O enredo é bem feito, a cidade fictícia é bem detalhada e a direção consegue manter o ar de interior a que o longa se propõe. “Uma quase dupla” não é um filme excepcional, mas rouba algumas risadas e diverte.

Classificação:


Título Original: Uma Quase Dupla (Brasil, 2018)
Com: Cauã Reymond, Tatá Werneck, Louise Cardoso, Daniel Furlan, Ary França, Alejandro Claveaux, Gabriel Godoy e Caito Mainier
Direção: Marcus Baldini
Roteiro: Leandro Muniz
Duração: 90 minutos

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