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domingo, 7 de abril de 2019

Suprema (On the Basis of Sex)

O filme “Suprema” conta um pouco a história real de Ruth Bader Ginsburg, advogada e professora que lutou pela igualdade de gêneros nos Estados Unidos. A cena inicial do longa-metragem de Mimi Leder acerta em apresentar as motivações da protagonista. A mulher, interpretada por Felicity Jones, é mostrada entrando na universidade de Harvand – onde cursou direito – ao lado de diversos homens. Eles estão usando cores escuras, enquanto a vemos no meio deles com sua roupa azul, se destacando no meio dos estudantes.

Contudo, a ideia de Ruth não é se destacar, tanto que ela está usando uma cor discreta. Ela quer apenas ser tratada como igual e infelizmente não é isso que acontece. Outro momento marcante é quando a moça participa de um jantar junto com o reitor do curso e as outras poucas mulheres que entraram na universidade. É constrangedor quando o homem as questiona o motivo delas estarem ocupando uma vaga que poderia ter sido de um homem.

O roteiro de Daniel Stiepleman é eficiente em escolher momentos chaves da vida de Ruth para simbolizar a sua luta. Após o início é feito um salto temporal de alguns anos e encontramos a protagonista com 2 filhos e trabalhando como professora – porque apesar de ter sido a melhor da classe, não conseguiu emprego como advogada por ser mulher. Eis que surge uma grande oportunidade: fazer a diferença através de um caso envolvendo um homem, que não pôde exercer seus direitos justamente por ser do sexo masculino. Com base nisso ela tem a ideia de apresentar uma causa para acabar com essas diferenciações baseadas no gênero.

Suprema” também explora de maneira inteligente a relação de Ruth com sua filha adolescente, que é um retrato das mulheres dos anos 1970 que lutavam pelas questões de igualdade de gênero. Ao ser questionada pela própria filha é que a protagonista se dá conta de que o mundo precisa de uma mudança sobre o assunto e alguém precisa dar um grande passo.
Felicity Jones está muito bem como a protagonista e esbanja talento e carisma, construindo muito bem a figura de Ruth como uma pessoa multifacetada. A atriz mostra tanto a força quanto a fragilidade da personagem, tornado-a humana e verossímil. O restante do elenco também merece elogios, mas o sucesso de “Suprema” é graças a Jones.

O filme de Mimi Leder peca em poucos momentos, como em não explorar bem como Ruth conseguiu superar as dificuldades da época da universidade, já que a moça tinha uma filha pequena e ainda lidou com a doença do marido. Mas em 2 horas de duração é difícil lidar com tantas questões sem perder o foco principal. “Suprema” é um longa-metragem correto e bem realizado, que explora de maneira excelente a força da história, lidando com um tema que ainda precisa ser discutido em pleno 2019.

Classificação:

Título Original: On the Basis of Sex (EUA, 2018)
Com: Felicity Jones, Armie Hammer, Justin Theroux, Sam Waterston e Kathy Bates
Direção: Mimi Leder
Roteiro: Daniel Stiepleman
Duração: 120 minutos

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