1917, novo filme do diretor Sam Mendes, apresenta uma premissa simples. Estamos na 1ª guerra mundial e dois soldados ingleses: Tom Blake e Will Schofield, têm a complicada missão de levar uma carta cancelando um ataque, pois as comunicações entre as tropas foram cortadas. Descobriu-se que é uma armadilha do exército alemão e esse cancelamento pode salvar a vida de 1600 homens, incluindo o irmão de Blake.
Olhando dessa forma a trama segue clichê de filmes de guerra, no entanto o grande diferencial de 1917 é a forma como Sam Mendes constrói a narrativa. O grande trunfo é filmar a história simulando um único plano-sequência, dando a impressão que o longa não tem cortes. Esse recurso também não é nenhuma novidade no cinema, mas o primor técnico impressiona.
O grande responsável pela excelência é o diretor de fotografia Roger Deakins. A maneira como ele conduz a câmera é fantástica! Inicialmente acompanhamos os personagens andando, seguindo eles de costas e depois alterando para a visão de frente. Mas aos poucos a câmera se distancia e se aproxima, mostrando detalhes ou abrindo a visão, de forma incrível. Além disso, o design de produção do filme é primoroso ao construir os bunkers de guerra misturando com a beleza natural das locações. Isso somado com a fotografia faz com que a imersão dentro da narrativa seja fantástica.
A jornada da dupla de protagonistas é intensa, então as atuações de George MacKay e Dean-Charles Chapman são essenciais para passar a emoção da história. A performance dos atores é muito física, onde a expressão corporal é fundamental. E o roteiro é inteligente nos diálogos entre eles, criando uma conexão emocional com os personagens, além de inserir um subtexto filosófico sobre os horrores da guerra. Essa reflexão gera momentos muito bons, que graças a beleza da fotografia cria um clima poético dentro da história. E o elenco ainda conta com boas participações especiais de grandes atores como Mark Strong, Colin Firth e Benedict Cumberbatch, que mesmo com pouco tempo em tela conseguem deixar suas marcas.
A trilha sonora de Thomas Newman também é fundamental para ditar as emoções das cenas, principalmente nas partes mais tensas. Ela intensifica os momentos de maneira brilhante, sem em nenhum momento dar a impressão de passar um sentimento artificial para o espectador.
Em síntese, 1917 é um filme excelente que se destaca pela parte técnica excepcional, mas que graças a um bom roteiro e ótimas atuações, passa para o espectador uma experiência incrível dentro da guerra. A imersão é total e as emoções passadas são muito boas.
Classificação:
Com: George MacKay, Dean-Charles Chapman, Mark Strong, Andrew Scott, Richard Madden, Claire Duburcq, Colin Firth e Benedict Cumberbatch
Direção: Sam Mendes
Roteiro: Sam Mendes e Krysty Wilson-Cairns
Duração: 119 minutos
Não daria 5 estrelas... Ok, tecnicamente o filme é muito bom, mas não me passou essa emoção toda... Achei, inclusive, superficial em algumas partes...
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