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sábado, 15 de fevereiro de 2020

Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa

Arlequina é um dos personagens mais legais do universo do Batman e desde que ela começou a protagonizar suas próprias histórias solo nos quadrinhos ela ficou ainda mais interessante. Após ser apresentada no cinema no péssimo “Esquadrão Suicida”, ela agora estrela “Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa”.

Esse novo longa-metragem da DC segue a nova tendência em ter uma protagonista feminina e também diretora, roteirista e produtora. Ou seja, um filme feito por mulheres para mulheres. Margot Robbie, que interpreta a Arlequina é também uma das produtoras, então ela pensou que ao fazer um filme solo da personagem seria interessante colocar outras mulheres ao seu lado. Assim temos Aves de Rapina, um grupo de anti-heroína dos quadrinhos que ganham uma história de adaptação.

No entanto, a protagonista é Arlequina e encontramos com a personagem após ela terminar o relacionamento amoroso com o Coringa (que felizmente nem aparece no filme). A moça resolve seguir em frente, ter sua própria vida, mas obviamente se mete em diversas confusões já que a jovem fez alguns inimigos pela cidade. A trama é simples e gira em torno de Cassandra Cain (Ella Jay Basco), uma garota que rouba um diamante que interessa ao vilão Máscara Negra (Ewan McGregor), e vira alvo de mercenários. Então a própria Harley, a policial Montoya (Rosie Perez), a cantora Canário Negra (Jurnee Smollett-Bell) e a mercenária Caçadora (Mary Elizabeth Winstead) tem seu destino cruzado por causa desse objeto.

A diretora Cathy Yan aposta em uma trama policial simples, mas eficiente, para apresentar o mundo da Arlequina. Os primeiros minutos da história em que a protagonista faz um resumo da própria vida é muito divertido. O roteiro de Christina Hodson dá multidimensionalidade às personagens, então cada uma delas tem direito a breves flashbacks contando suas respectivas histórias. E todas tem algo em comum: serem vítimas do machismo.

As cenas de luta e ação também são muito bem realizadas e a câmera consegue passar para o espectador a “geografia” do local, além da câmera conseguir acompanhar os personagens, de forma que o que é visto na tela não fique confuso. Ou seja, já conseguiu fugir de um dos principais problemas do gênero. Também é interessante notar como elementos como figurino e maquiagem são essenciais para apresentar as personagens, principalmente nas cores fortes da Arlequina.

E o fato de ser dirigido por uma mulher faz a diferença na hora de filmar as personagens femininas, já que em nenhum momento elas são mostradas de forma sexualizada. Um bom exemplo disso é uma cena na qual a Arlequina luta com um homem enquanto água cai do teto via sprinklers. A personagem está com uma blusa branca, mas em nenhum momento a cena se transforma em um concurso de camisa molhada. A diretora cria uma cena bonita visualmente, sem explorar o corpo da protagonista.
Aves de Rapina também acerta na trilha sonora, composta apenas por artistas femininas, e ao contrário de Esquadrão Suicida, não aposta apenas em hits conhecidos e consegue utilizar as músicas de forma orgânica dentro da narrativa.

Outro ponto interessante é a quebra da 4ª parede pela protagonista, que apesar de não ser um recurso muito inovador, funciona muito bem para apresentar a personalidade da Arlequina. É preciso citar também o talento de Margot Robbie, que em Aves de Rapina está mais bem à vontade para explorar a personagem da maneira certa, sem parecer que ela é apenas uma “menina maluquinha”. O elenco feminino é muito bom e a química entre as atrizes é excelente. Mas sem dúvidas quem está no modo mais “livre” é Ewan McGregor, que faz um vilão exagerado na medida certa, sem em nenhum momento tentar tirar o protagonismo feminino da história.

Em síntese, Aves de Rapina é mais um acerto da DC, que pode caminhar no sentido certo se continuar fazendo filmes que não fiquem presos a um mesmo “universo”, sem tentar copiar a fórmula da Marvel. Dessa forma os filmes tem mais liberdade para explorar nuances diferentes. E esse é um bom exemplo, já que consegue ser divertido, mas sem deixar o lado sério e dramático de lado, mas principalmente por acertar nas cenas de ação e nos alívios cômicos.

Classificação:

Título Original: Birds of Prey: And the Fantabulous Emancipation of One Harley Quinn (EUA, 2019)
Com: Margot Robbie, Mary Elizabeth Winstead, Jurnee Smollett-Bell, Rosie Perez, Chris Messina, Ella Jay Basco, Ali Wong e Ewan McGregor
Direção: Cathy Yan
Roteiro: Christina Hodson
Duração: 109 minutos

4 comentários:

Shaban disse...

This movie failed spectacularly.

https://aab-edu.net/

Clara disse...

Até hoje não vi o filme.. Na época do cine até animei, mas não priorizei...

Ramon Pinillos Prates disse...

Deu mole, devia ter visto no cinema.

Clara disse...

Kkkkk, é até agora ainda não o vi...