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domingo, 19 de dezembro de 2021

Ghostbusters - Mais Além

Ghostbusters - Mais Além” de Jason Reitman consegue equilibrar muito bem o sentimento de nostalgia em torno da franquia Caça-Fantasmas. Além disso, presta uma bela homenagem ao ator Harold Ramis, respeita o original e ao mesmo tempo apresenta o universo a um novo público através de uma história original. Não é uma tarefa fácil, mas o Jason -- que é filho de Ivan Reitman, diretor dos filmes de 1984 e 1989 -- fez um ótimo trabalho.

A trama se passa nos dias atuais e apresenta a família formada pela mãe Callie (Carrie Coon) e seus filhos Trevor (Finn Wolfhard) e Phoebe (Mckenna Grace). Ela recebe a notícia do falecimento do pai, que depois descobrimos ser Egon Spengler (Harold Ramis) -- integrante dos Caça-Fantasmas, mas a relação entre eles era ruim. Após ser despejada de sua residência, sua única opção é levar a família para a cidade Summerville, no interior do estado de Oklahoma, onde Egon deixou uma casa em condições bastante precárias.

Levar a narrativa para o interior dos EUA foi uma ótima opção de Jason Reitman para diferenciar seu filme do original, que se passava em Nova York. No local a família descobre que Egon não era muito bem visto na cidade. Lá eles terão a oportunidade de ter um novo começo de vida e também descobrir mais sobre os motivos do isolamento do Dr. Spengler em Summerville.

Ghostbusters - Mais Além” sabe da importância do legado dos Caça-Fantasmas, então aos poucos apresenta elementos clássicos do universo, mas sem nunca se prender a eles como uma muleta narrativa. Um dos principais elementos é a trilha sonora, onde o compositor Rob Simonsen utiliza muito bem temas do filme de 1984 compostos por Elmer Berstein. Mas aos poucos a família encontra outros objetos na residência, como por exemplo, o famoso carro Ecto-1.

O elenco está muito bem e quem se destaca é a atriz Mckenna Grace, que é extremamente talentosa e constrói Phoebe de maneira brilhante. A primeira coisa que chama a atenção é sua semelhança física com Egon, inclusive usando os mesmos óculos. A personagem herdou o amor pela ciência do avô e também o jeito meio tímido. Ela exala carisma e rouba a cena, especialmente quando conta alguma piada para “quebrar o gelo”. Quando ela chega à cidade e vai para o colégio recebe o conselho de sua mãe de “não seja você mesma”, daí a motivação em tentar ser engraçada.
A química entre os atores também é muito boa, principalmente entre Grace e Logan Kim, que interpreta um personagem chamado Podcast. E temos também a presença de Paul Rudd, que funciona praticamente como um coadjuvante de luxo. Finn Wolfhard da mesma forma representa uma conexão com “Stranger Things”, série da Netflix que tem muita influência do filme de 1984, mas agora serve como referência para “Ghostbusters - Mais Além” de como equilibrar a nostalgia com originalidade.

Os efeitos visuais também são muito bons e conseguem balancear o estilo visual do filme original, mas com técnicas de CGI da atualidade, além de usar alguns efeitos práticos. Do mesmo modo, os efeitos sonoros resgatam os sons do filme de 1984, ficando difícil não se emocionar, por exemplo, com o barulho do feixe de prótons ligando.

Em síntese, Jason Reitman apresenta em “Ghostbusters - Mais Além” não só uma homenagem ao filme de 1984, e especialmente ao ator Harold Ramis, mas também uma ótima história original que apresenta a franquia para uma nova geração sem deixar de agradar os fãs antigos.

Classificação:

Título Original: Ghostbusters: Afterlife (Estados Unidos, 2021)
Com: Carrie Coon, Finn Wolfhard, Mckenna Grace, Paul Rudd, Logan Kim e Celeste O'Connor
Direção: Jason Reitman
Roteiro: Jason Reitman e Gil Kenan
Duração: 125 minutos

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