“Eternos” é mais um passo da Marvel na expansão do seu universo cinematográfico e o seu grande destaque é a grande diversidade do elenco. O estúdio já tinha apostado anteriormente na pluralidade em filmes como “Pantera Negra” e “Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis”, assim a obra de Chloé Zhao é o resultado dessa mudança. Se por um lado esse pode ser o longa-metragem que mais fuja da “fórmula” do MCU, por outro ele fica preso dentro do formato e na obrigatoriedade de se encaixar dentro de um mundo já existente.
Na trama somos apresentados ao grupo de superpoderosos chamado Eternos, que é enviado à Terra pelos Celestiais no ano 5000 AC para acabar com a invasão dos Deviantes -- uma raça alienígena que chegou com o objetivo de destruir o planeta. Após uma breve introdução sobre o combate, a trama retoma para os dias atuais e descobrimos que os integrantes da equipe viveram entre os humanos por muitos anos enquanto aguardam nova ameaça dos aliens.
Encontramos Sersi (Gemma Chan) e Duende (Lia McHugh) em Londres e um novo Deviante surge, então Ikaris (Richard Madden) aparece para ajudar. Sob uma nova ameaça, os três resolvem reunir novamente os Eternos para retomar a missão.
O roteiro segue uma estrutura narrativa similar a de Shang-Chi, onde após uma introdução sobre os personagens e o retorno ao presente, o restante da história é apresentada através de flashbacks. Dessa forma, alguns detalhes interessantes e surpresas surgem durante o desenvolvimento da narrativa. Esse recurso é uma forma de fazer com que os filmes do MCU saiam um pouco do lugar comum.
A trama de “Eternos” faz algumas reflexões interessantes sobre religião, humanidade e principalmente sobre os propósitos da equipe no planeta Terra. Essa talvez seja a grande surpresa da obra de Chloé Zhao, que após vencer o Oscar com “Nomadland” -- um filme reflexivo e humanista – trás um pouco desses sentimentos para o universo da Marvel.
Mesmo focando no drama dos personagens, não poderiam faltar as cenas de ação e nesse quesito “Eternos” se sai bem, apesar de ter que apresentar um grande vilão/criatura digital no final para justificar a grandiosidade do grupo de heróis. Mesmo assim, o filme de Zhao se mostra muito competente na parte técnica com bons efeitos visuais.
Outro elemento que merece destaque é a trilha sonora de Ramin Djawadi, compositor que ficou conhecido pelos temas de Game of Thrones e também de Westworld (ambos da HBO), e curiosamente ele foi responsável pelo início do MCU ao compor a trilha de “Homem de Ferro”. O músico consegue equilibrar bem canções que passam pelo clima dramático e intimista, chegando ao épico, sem perder a coerência.
Em resumo, “Eternos” talvez seja o filme mais “maduro” do MCU até agora. A diretora Chloé Zhao coloca um pouco da sua assinatura como cineasta, mas não consegue escapar dos problemas em ter que encaixar sua trama dentro de um universo maior. Apesar disso, o resultado final é muito bom e mostra que é possível apresentar histórias um pouco diferentes dentro dos longas metragem da Marvel.
Classificação:
Título Original: Eternals (Estados Unidos, 2021)
Com: Gemma Chan, Richard Madden, Kumail Nanjiani, Lia McHugh, Brian Tyree Henry, Lauren Ridloff, Barry Keoghan, Don Lee, Harish Patel, Kit Harington, Salma Hayek e Angelina Jolie
Direção: Chloé Zhao
Roteiro: Chloé Zhao, Patrick Burleigh, Ryan Firpo e Kaz Firpo; história de Ryan Firpo e Kaz Firpo
Duração: 157 minutos
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