“No Ritmo do Coração” mostra a importância da diversidade no cinema, onde dessa forma o público consegue descobrir histórias de pessoas diferentes e com isso enxergar o mundo com outros olhos. Os filmes são uma máquina de empatia e a obra cinematográfica de Sian Heder explora muito bem esse sentimento.
A protagonista da história é Ruby Rossi (Emilia Jones), a única integrante da família que consegue ouvir. Seus pais e seu irmão mais velho são deficientes auditivos, assim Ruby funciona como a conexão deles com o resto do mundo. Ela ajuda Frank (pai) e Leo (irmão) na pescaria e depois vai para a escola. A jovem adora cantar e consegue uma oportunidade na escola para entrar na faculdade, mas fica dividida entre seu sonho e prosseguir ajudando a família.
O filme de Sian Heder, que também escreveu o roteiro, explora muito bem o dilema da protagonista. Ao mesmo tempo que ela entende a importância de ajudar a família, ela também se sente presa a isso. Os Rossi não sentem vontade de se comunicar com o “mundo externo”, já que esse mundo não parece também muito interessado nessa comunicação. Mas é através de Ruby que “No Ritmo do Coração” mostra as dificuldades que eles têm e de como ficam à margem da sociedade por causa da sua deficiência.
Um dos momentos chaves do filme é o recital de Ruby na escola. Sua família vai e finalmente consegue entender as motivações de sua filha quando vê as pessoas na platéia se emocionando enquanto ela canta. A diretora Sian Heder mostra a cena do ponto de vista dos Rossi, isto é, sem som, enquanto eles observam as pessoas ao seu redor. É difícil não se emocionar e criar empatia por eles e pela situação.
O elenco é excelente e Emilia Jones impressiona com seu carisma e talento. Impossível não se emocionar com a sua jornada. A família Rossi também está muito bem interpretados respectivamente por Troy Kotsur (Frank, o pai), Daniel Durant (Leo, o irmão) e Marlee Matlin (Jackie, a mãe), sendo que todos eles são deficientes auditivos de verdade. Esse é o diferencial da versão americana em relação a original francesa chamada “La Famille Bélier”.
Em síntese, “No Ritmo do Coração” é um filme que apesar de não apresentar nenhum grande destaque técnico, explora o sentimento da narrativa de maneira brilhante, construindo no espectador a sensação de emoção de maneira genuína. E isso só funciona graças ao trabalho muito bom do elenco e do roteiro muito bem escrito por Sian Heder.
Classificação:
Nenhum comentário:
Postar um comentário