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quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

Maria Antonieta

Título Original: Marie-Antoinette (2006)
Elenco: Kirsten Dunst, Jason Schwartzman, Judy Davis, Rip Torn, Rose Byrne, Asia Argento, Molly Shannon, Shirley Henderson, Danny Huston, Steve Coogan, Aurore Clément, Jamie Dornan, Marianne Faithfull e Guillaume Gallienne
Diretor: Sofia Coppola
Duração: 123 minutos


Maria Antonieta” é o 3º filme da diretora Sofia Coppola e tem previsão para estrear no dia 16 de Março no Brasil. Normalmente eu esperaria pela estréia no cinema, mas depois que “O Homem Duplo” (da mesma distribuidora, a Warner) estreou somente no Brasil e não deu as caras aqui em Salvador, só me resta esperar que o mesmo aconteça com 'Maria'. Ainda mais se eu lembrar que na época em que “Encontros e Desencontros” (2º filme de Sofia) estreou, mesmo com as indicações ao Oscar demorou umas 2 semanas para chegar aqui. Caso semelhante ocorreu recentemente com “Dreamgirls”, que mesmo tendo algumas indicações ao Oscar só vai chegar por aqui 1 semana depois de estrear no Brasil (supostamente estréia nesta sexta dia 23). Então o jeito foi baixar na Internet, já que o 'Maria' já saiu em dvd lá nos EUA. Explicações dadas, vamos ao filme.

Depois do 1º trailer ao som de “Age of Consent” do New Order, muita expectativa se criou em relação ao filme. Sofia iria fazer um filme de época com trilha sonora contemporânea. Não que isso seja algo muito inovador, afinal em “Coração de Cavaleiro” temos um filme medieval ao som de “We will rock you” do Queen. Mas depois do excelente 'Encontros', muito era de se esperar do seu mais novo filme.

Sofia mostra uma visão bastante pessoal da personagem de Maria Antonieta, vivida por Kirsten Dunst. Tudo isso com uma reconstituição de época impressionante, com destaque para o figurino que acabou levando uma indicação ao Oscar.Tudo filmado na França, inclusive com cenas dentro do próprio palácio de Versalhes. O visual é realmente espetacular! E junto com isso uma mistura de música de época com músicas modernas. Essa mistura parecia ter tudo para dar certo, mas infelizmente não é o que acontece.

A mistura da personagem histórica da Maria Antonieta com a visão de Sofia parece não ter encontrado uma forma convincente na tela. Mesmo não querendo fazer uma simples biografia, ao tentar retratar uma personagem tão densa de maneira tão sutil acabou não fazendo efeito. Aqui temos Maria como uma espécie de “Encontros e Desencontros” de época. Uma adolescente perdida em um novo mundo, cheia de solidão sem saber ao certo o que fazer. A superficialidade no retrato personagem deixa bastante a desejar, ainda mais ao tentar mostrar boa parte da vida dela. Os fatos vão acontecendo e passando sem muita noção da coisa. Talvez tentar retratar de maneira totalmente fiel a figura da Maria fosse ser uma escolha óbvia e sem graça, mas a visão de Sofia também não parece ter muito o que dizer.

É até compreensível o fato do filme ter sido vaiado em sua exibição em Cannes no ano passado, ainda mais para os franceses que são “chatos” com suas figuras histórias ver uma visão dessas.

Nem mesmo a trilha sonora contemporânea se salva. Não por ela ser ruim, mas por não soar bem dentro do filme. Talvez a escolha de fazer um filme de época indie não tenha sido acertada. Para mim que até conheço boa parte da trilha sonora que conta com o já citado New Order, além de Strokes, Gang of Four e The Cure a coisa até fez algum efeito, mas para quem não conhece as músicas a coisa soa sem graça. A trilha indie funciona em 'Encontros', pois combina com o clima do filme.

O resultado é um filme visualmente impressionante, mas os problemas com o roteiro no desenvolvimento dos personagens, principalmente na figura da Maria, deixam muito a desejar. Esse pode ter sido um deslize na carreira de Sofia, mas mesmo assim ela ainda continua sendo uma grande diretora. Pelo menos ela foi corajosa ao tentar mostrar sua visão de um personagem tão complicado, pena não ter acertado muito bem.

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