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segunda-feira, 9 de novembro de 2015

007 Contra Spectre (Spectre)

Título Original: Spectre (Estados Unidos, Reino Unido, 2015)
Com: Daniel Craig, Christoph Waltz, Léa Seydoux, Ben Whishaw, Naomie Harris, Dave Bautista, Monica Bellucci e Ralph Fiennes
Direção: Sam Mendes
Roteiro: John Logan, Neal Purvis, Robert Wade e Jez Butterworth
Duração: 148 minutos

Nota: 4 (ótimo)



A franquia do agente James Bond já passou dos 50 anos e “007 Contra Spectre” é o 24º filme. Nesse tempo ela já passou por diversas atualizações. É interessante notar como sempre acabam de certa forma representando bem a época em que foram realizados. Leiam esse texto de Roberto Sadovski que fala muito bem sobre isso. Quando o ator Daniel Craig assumiu o papel um novo ciclo foi iniciado. Era a vez de começar tudo de novo e deu muito certo. 


Nos filmes “007 Cassino Royale”, "007 - Quantum of Solace" e "007 - Operação Skyfall" vimos uma nova origem para o personagem. No filme anterior finalmente tivemos elementos mais clássicos como a presença dos personagens Q (Ben Whishaw) e Moneypenny (Naomie Harris), M (agora interpretado por Ralph Fiennes) e algumas bugigangas, fechando assim de certa forma a origem.


Spectre

Em “007 Contra Spectre” temos uma mistura de conclusão da origem com uma nova missão mais parecida com o estilo clássico das aventuras do personagem. Como o título já entrega ele irá enfrentar a Spectre, uma organização criminosa bastante perigosa.

Quem é fã do agente secreto vai lembrar do personagem que é o líder da organização: Ernst Stavro Blofeld. Seu visual virou um clássico que acabou sendo mais lembrado por ter inspirado o vilão Dr. Evil dos filmes de “Austin Powers”. Os produtores tentaram em vão esconder (e depois desistiram) sobre quem iria interpretar ou se o personagem estaria presente. Mas a regra é clara, se o filme vai abordar a organização ele tinha que aparecer. 

Poderiam ter feito como em “Interestelar” que escondeu um ator da divulgação do filme para não estragar a surpresa de sua aparição. Mas aqui Christoph Waltz foi anunciado que estaria no filme e depois revelaram que ele seria o personagem. Concordo um pouco com a teoria do site Judão sobre o mistério. Poderiam ter dito logo desde cedo que ele seria Blofeld já que existe outra grande revelação sobre ele no filme.

Waltz entrega uma boa atuação, mas talvez não tenha achado o tom totalmente certo. Acaba ficando no limite entre o exagero e o caricato. Ou talvez eu tenha ficado mal acostumado com a performance fantástica de Javier Bardem em Skyfall.

Outro personagem clássico que aparece aqui é Mr. Hinx que agora é interpretado por Dave Bautista (“Guardiões da Galáxia”). Infelizmente ele não foi bem aproveitado. Acabou ficando uma especie de Jason de Sexta-feira 13 que está sempre na cola de James Bond (risos).

Bond Girls ou Bond Women

Li um texto sobre o assunto no site da BBC Brasil falando sobre o sexismo envolvendo as personagens femininas da franquia de 007. O próprio diretor Sam Mendes prefere chamar as personagens de Bond Women no lugar de Bond Girls. Esse novo filme marca algo curioso. Pela primeira uma Bond Girl (vou ficar com o termo mais clássico) é mais velha que o protagonista. Ela é Monica Bellucci que tem 51 anos e é 4 anos mais velha que Daniel Craig. Pena que sua participação seja tão rápida, apesar da relativa importância de sua personagem.

O grande destaque feminino fica com Léa Seydoux (“Azul é a cor mais quente”). Ela acaba sendo a principal aliada de Bond em busca de pistas sobre a Spectre e ganha uma importância bem parecida com a de Vesper Lynd de “Cassino Royale” (interpretada por Eva Green). [E isso acabou sendo um pouco de SPOILER] Ou seja, ela não é uma donzela em perigo esperando ser salva pelo 007. Ambas as atrizes são bem talentosas e tem uma beleza bem “exótica” e fora do padrão normal.

Qual a motivação de James Bond?

Em determinado momento do filme alguém pergunta a Bond o motivo dele seguir essa profissão de “assassino” (afinal de contas é isso que ele faz não?). Como falei no início nesse novo filme eles tentam fazer uma conclusão da origem de 007. A verdade é que apesar do seu estilo mulherengo e boa vida o personagem é bastante sofrido (como nos eventos de Cassino Royale). Nesses novos filmes descobrimos mais sobre seu lado pessoal. Mas na tentativa de fechar o ciclo e fazer com que os eventos ocorridos nos últimos filmes estejam conectados a coisa acabou soando um pouco forçada. 

A bem da verdade é que em “Skyfall” o diretor Sam Mendes colocou os filmes de James Bond num patamar bastante alto que vai ser difícil de ser repetido. O filme tinha a mistura ideal entre o novo e o velho 007. Aqui ele não conseguiu manter o mesmo “equílibrio”. Ainda assim o resultado é um ótimo filme. A cena de ação inicial situada no México durante o dia dos mortos é muito boa e já vale o ingresso do filme. A trama do filme tem alguns problemas, mas funciona.

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