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quinta-feira, 11 de abril de 2019

Capitã Marvel (Captain Marvel)

Capitã Marvel” marca a 1ª produção da Marvel no cinema com uma protagonista feminina e isso é muito importante para a representatividade das mulheres. O filme dirigido pela dupla Anna Boden e Ryan Fleck é uma história de origem de personagem que felizmente foge de alguns clichês, além de funcionar também como uma apresentação do início do próprio MCU (Marvel Cinematic Universe - Universo Cinematográfico Marvel, em português).

A protagonista está em busca da sua própria humanidade ao procurar informações sobre o seu passado. A história começa com Vers (Brie Larson) em uma missão. Ela faz parte do exército do Império Kree que está em luta contra o povo Skrull. Durante uma fuga a moça cai no planeta Terra onde aproveita para, além de arrumar uma forma de voltar, encontrar respostas sobre o seu passado. A mulher se alia com Nick Fury (Samuel L. Jackson), ainda um agente em início de carreira na S.H.I.E.L.D.

A trama se passa nos anos 1990, então é possível notar diversos elementos visuais e musicais que fazem referência à época. A trilha sonora é marcante também por evocar principalmente vozes femininas do período, ressaltando ainda mais a representatividade das mulheres. Um dos momentos chaves da narrativa se dá com a música “Just a Girl” da banda No Doubt e sem dúvidas a canção se encaixa muito bem dentro da história.

A jornada de Vers, que descobre na verdade se chamar Carol Danvers, é bem interessante ao mostrar um pouco das dificuldades enfrentadas pelas mulheres em sua vida. Contudo ela está sempre disposta a levantar e seguir em frente. Um exemplo interessante é que Yon-Rogg (Jude Law), o seu “treinador” Kree, sempre a lembra de que a moça deve controlar suas emoções para ser bem-sucedida nos combates. Porém, depois ela percebe que na verdade usar as emoções é a principal chave para o seu sucesso.
A montagem de “Capitã Marvel” constrói muito bem a narrativa utilizando flashbacks, dessa forma o espectador, assim como a personagem, descobre aos poucos os principais elementos da vida de Carol. Já o roteiro poderia ter explorado melhor alguns pontos da história, mas ao dividir a atenção com a origem tanto da protagonista como do MCU não sobra muito tempo.

No entanto, é importante notar como a história foge de clichês importantes tanto em filmes de origem quanto de super-heróis. Um deles é o fato de Danvers não ter um interesse romântico, o que já se diferencia de todas as outras produções no cinema da Marvel.

O elenco está muito bem e Brie Larson constrói bem sua personagem, que começa perdida, mas que vai se encontrando à medida que descobre mais sobre seu próprio passado. A relação de Carol com Fury parece forçada, já que é difícil acreditar que pessoas que acabaram de se conhecer já teriam tanta “intimidade”. Contudo, a química e o talento de Larson e de Samuel L. Jackson fazem com que isso não seja um problema, já que eles apresentam isso de forma natural e espontânea.

SPOILERS
Existem elementos importantes na narrativa que são importantes de serem citados, mas que são spoilers do filme. Então o aviso está dado. Um elemento importante da história é a reviravolta em que descobrimos que na verdade Skrull não são os vilões. Isso é bem interessante por fazer uma alusão a realidade atual dos refugiados, já que na verdade tudo que eles querem é encontrar um novo local para morar.

O outro detalhe tem a ver com os poderes da Capitã Marvel. Yon-Rogg dá a entender que ele foi o responsável por isso, quando na verdade ele estava controlando a moça para que ela não usasse suas habilidades de forma plena. Isso poderia ser interpretado como uma metáfora para o mundo real, já que os homens ao saberem do potencial das mulheres, preferem diminuí-las para não perder sua “supremacia”. E a “cartada” que ele tenta dar no final, ao querer resolver o conflito “na mão” é um reflexo do comportamento masculino. Pode observar a quantidade de filmes, quadrinhos e afins, onde o conflito entre 2 homens é resolvido na porrada.

Felizmente o comportamento feminino de Capitã Marvel é brilhante eu dizer que “não tem nada o que provar” e isso diz muito sobre o filme. Claro que o filme talvez pudesse falar muito mais sobre o feminismo, mas seria exigir demais de um blockbuster americano feito para o público de todas as idades. Contudo, esses pequenos elementos já são muito importantes ao apresentar para um grande público a representatividade feminina no mundo. E isso já é um grande avanço!

Classificação:

Título Original: Captain Marvel (EUA, 2019)
Com: Brie Larson, Samuel L. Jackson, Ben Mendelsohn, Djimon Hounsou, Lee Pace, Lashana Lynch, Gemma Chan, Annette Bening, Clark Gregg e Jude Law
Direção: Anna Boden e Ryan Fleck
Roteiro: Anna Boden, Ryan Fleck e Geneva Robertson-Dworet; história de Nicole Perlman, Meg LeFauve, Anna Boden, Ryan Fleck Geneva e Robertson-Dworet
Duração: 124 minutos

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