propaganda

quarta-feira, 22 de março de 2006

Apenas um beijo

Nunca misture amor, trabalho e religião. Essa talvez pudesse ser uma lição a ser aprendida após assistir o filme “Apenas um beijo”. O diretor Ken Loach volta a explorar essa tema das barreiras culturais, dessa vez abordando uma história de amor com toques de Romeu e Julieta.

Casim (Atta Yaqub) é um dj que faz parte de uma família tradicionalista muçulmana que quer vê-lo casar-se com sua prima paquistanesa, sendo que ele nunca a viu na vida. Ele acaba conhecendo Roisin (Eva Birthistle), uma irlandesa que ensina música em uma escola católica na qual a irmã de Casim estuda. Os dois começam a sair, se apaixonam, mas vem o problema quando ele conta sobre seu casamento.

Digamos que o filme seja uma espécie de “Casamento Grego” sério, ou melhor, muito mais sério. Aqui as questões culturais e religiosas são mostradas de maneira realista, tentando nos aproximar dela para podermos tentar entender ou até mesmo criticar. Hoje em dia com a globalização cada vez maior, a convivência entre povos de diversas religiões é cada vez mais inevitável. Isso é claro pode acabar sendo um fator de intolerância e desagregação.

Agora ao invés de explorar essas questões, o que parecia ser bastante claro na cena inicial do filme, Loach acabou escolhendo seguir pelo caminho de contar uma história de amor. Aí é que começam os problemas. O que não faltam são clichês e fórmulas do gênero. O resultado final acaba sendo muito previsível. Os atores principais até se esforçam para dar vida aos seus personagens, mas o roteiro acaba não ajudando.

Outra coisa que incomoda é o lado “educacional” do filme. Como eu falei no início, parece que o filme quer ensinar, dar alguma lição ou algo do tipo. Em determinados momentos isso acaba se tornando chato, repetitivo e maçante. Os personagens parecem estar dando vida a história somente em função da mensagem que querem passar.

Mas tudo bem, no final o amor acaba falando mais alto, é claro. Parece que essa é a mensagem que o filme acaba passando. Bom, eu prefiro ficar com a lição citada no inicio do texto.

Nenhum comentário:

Postar um comentário