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terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Morrissey em Brasília


Dia: 29 de Novembro de 2015
Local: Net Live Brasília - Brasília  – DF
Fotos tiradas por Ramon Prates (mais fotos aqui)

Morrissey, ex-vocalista da banda The Smiths, se apresentou em Brasília pela primeira vez. Ele iria se apresentar por aqui em 2013, mas a turnê foi cancelada devido a problemas de saúde do cantor que passou por um tratamento contra câncer. Por volta de 3 mil pessoas estiveram presentes ao Net Live Brasília. Dessa vez não teve caos de acesso ao local, talvez por ter um número menor de pessoas do que no show do A-Ha e também por não ter outros eventos na mesma região.


Antes do show uma projeção numa cortina que cobria o palco formando uma especie de telão mostrava alguns clipes musicais, com destaque para a “abertura” com Ramones. O espaço reservado para a pista premium estava menor e com isso quem estava na pista “pobre” (o meu caso) conseguiu ficar mais perto do palco. Por volta das 21:30 (estava marcado para 21:00) a cortina cai e começa a tocar uma música clássica.

Morrissey sobe ao palco junto com sua banda. Logo já da para perceber uma parte visual interessante. Todos os músicos estão vestidos de branco, enquanto o dono da festa estava de preto. O show começou com “Suedehead” e o público vibrou bastante cantando junto a música. Ele já mostrou bastante carisma e simpatia, jogou uma rosa para a plateia e sua voz estava muito boa, assim como o som. Em seguida veio “Alma Matters”, minha música favorita dele, então para mim o show já tinha valido o ingresso.

Posições ideológicas

Um telão acima da banda alternava entre mostrar imagens e videos, quase sempre relacionados a música que estava sendo executada. Sinal de que Morrissey se preocupa também com a parte visual do seu show. A primeira vez que isso chamou mais a atenção foi na música “Ganglord”, onde o telão mostrou imagens de violência policial.

Agora sem dúvidas nessa parte visual o momento mais “chocante” foi durante a música “Meat Is Murder” do The Smiths. Morrissey é vegetariano e é também ativista da causa. Em seus shows é proibido vender carne de qualquer tipo. Antes de tocar a música ele fala que “meat is shit” (carne é porcaria em tradução minha). Então no telão eram mostradas imagens de animais sendo “assassinados” (abatidos) de forma cruel. O impacto é forte, talvez não o suficiente para fazer com que as pessoas parem de comer carne, mas ele passa a sua mensagem (vai que funciona).

Essa não foi a única parte em que Morrissey mostra as suas posições ideológicas. Antes da música “The Bullfighter Dies” ele diz que a Espanha não é um povo civilizado por causa das touradas e a canção fala justamente sobre isso.

A banda que acompanha Morrissey é muito boa e o principal destaque é o tecladista Gustavo Manzur que também arrisca outros instrumentos como sanfona (em “First of the Gang to Die”), além de fazer um solo de violão na música “Staircase at the University”. E ele também canta, inclusive arriscando na música “Speedway” cantar um pedaço dela em português (ou uma mistura com espanhol). Curiosamente ao invés do próprio Morrissey apresentar a banda, cada integrante vai ao microfone e se apresenta.

Morrissey não arriscou falar português como Gustavo e até que não pagou muito micos que o público brasileiro adora. Na música “World Peace Is None of Your Business” alguém jogou uma pequena bandeira do Brasil. Ele pegou, brincou um pouco e depois jogou fora. Não existia um espaço entre o público e o palco, como normalmente acontece. Dessa forma ele até interagiu mais com a plateia chegando até a autografar um disco de um fã. E mostrou que está bem de saúde, cantando bem, chegando até se empolgar em dois momentos tirando a camisa e jogando para o público. Ele falou do “esforço” para vir tocar no país, que o show de São Paulo foi bom, mas o do Rio de Janeiro foi “duro”. E o motivo disso era que “Earth Is the Loneliest Planet”, título da canção que ele tocou em seguida.

Tocar ou não tocar The Smiths

Obviamente que a maior parte dos fãs gosta de Morrissey por causa do The Smiths. Nem sou muito fã, mas gosto de algumas músicas. Para saber se iria ou não para o show busquei os setlists dos shows dele e vi que ele tocava pouca coisa de sua ex-banda. Nos shows na Ámerica do Sul ele estava até tocando alguns hits. Com o passar do show apenas uma tinha aparecido, a já citada “Meat Is Murder”.

Felizmente logo na volta para o bis ele já mandou “This Charming Man” para o delírio da plateia. Antes disso a banda faz uma reverência para o público. E a referência para a música no telão era uma foto de Bruce Lee. O show continua com “I'm Throwing My Arms Around Paris” com a bandeira da França no telão, o que não deixa de ser uma certa foram de homenagem aos atentados recentes que ocorreram na capital do país.

Então para o encerramento tivemos mais uma do Smiths: “The Queen Is Dead”. Ótima escolha para fechar o show. Eu sou daqueles que acha que uma apresentação tem que acabar com uma música animada para deixar o público feliz e querendo ainda mais. A imagem no telão da rainha dando dedo ficou muito legal. E aqui mais uma vez Morrissey se empolga tirando a camisa e jogando pra galera. Mostrando mais uma vez que estava bastante empolgado e animado. Ficou faltando “How Soon is now”, tocada em outros shows da turnê, mas considerando que as vezes ele nem toca músicas de sua ex-banda não da para reclamar.


Setlist:

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