Em “Sully: O Herói do Rio Hudson”, o diretor Clint Eastwood se inspira num fato real para mostrar como um ser humano lida com uma situação extraordinária. Mais especificamente o piloto Sully, interpretado por Tom Hanks. Ao perder as duas turbinas do avião ao bater em pássaros, ele tem poucos segundos para tomar uma decisão. E ele decide pousar no rio.
Teria sido a decisão certa? No final das contas todos sobreviveram. Agora o protagonista vai ter que lidar com a investigação e a possibilidade de ter cometido algum erro. Enquanto também lida com a mídia e a fama de herói. O filme mostra muito bem todo esse drama ao focar no acidente de vários pontos de vista, inclusive dos passageiros. Mas é claro que o principal é o lado psicológico de Sully.
Logo no início do filme tem uma cena do pouso do avião dando errado. Um pesadelo na cabeça de Sully. A possibilidade de ter tomado a decisão errada o está assombrando. Além disso, após 40 anos de carreira existir a possibilidade dele ter falhado é algo que pode complicar sua vida. Caso fique comprovado o erro, ele perde o direito a aposentadoria.
A montagem do filme alterna basicamente entre três momentos: o acidente, a investigação e o lado psicológico de Sully. Ela funciona muito bem em tentar passar um pouco do que estaria passando na cabeça do piloto ao lidar com a situação. Temos também alguns pequenos flashbacks de alguns momentos de sua vida como piloto que ajudam a entender sobre sua experiência na profissão.
Lidar com a mídia e ter virado uma celebridade foi tranquilo ao se comparar com lidar com a investigação. Sully não se considerava um herói. Ele estava apenas fazendo o seu trabalho. Já a investigação é muito cruel por querer provar que ele errou. Dessa forma a seguradora se livraria dos custos de indenização.
O filme de Eastwood foca justamente nesse lado humano e do herói comum do dia a dia. Com ótimas atuações, com destaque para Tom Hanks, Sully: O Herói do Rio Hudson retrata bem o lado pessoal do protagonista e como ele lidou com tudo isso. Em alguns momentos o diretor exagera na emoção sem necessidade, já que a trama já é bastante emocionante por si só. Mas a história tem um potencial fantástico, então isso não chega a comprometer. O resultado é um ótimo filme que retrata bem o ocorrido focando na parte pessoal, psicológica e no lado investigativo.
Título Original: Sully (EUA, 2016)
Com: Tom Hanks, Aaron Eckhart e Laura Linney
Direção: Clint Eastwood
Roteiro: Todd Komarnicki
Duração: 96 minutos
Nota: 4 (ótimo)
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