O jornal Metrópoles resolveu investir em grandes eventos musicais em Brasília, cidade que já foi palco de diversas atrações musicais internacionais grandes, mas que nos últimos anos teve uma queda no número de shows. Para o primeiro Metrópoles Music foi convocada a banda norte-americana The Killers. O evento contou com as bandas nacionais e brasilienses Jovem Dionísio, Raimundos e Capital Inicial.
A única banda que realmente me interessava era o The Killers, então irei falar apenas sobre o show deles. É uma de minhas bandas favoritas, então foi marcante ver mais uma apresentação ao vivo deles sem precisar viajar para outra cidade. Dessa vez fiquei na arquibancada inferior do estádio e graças a uma mudança no local da montagem do palco, que ficou “de lado” ao invés de ficar onde ficaria um dos gols, a distância do público para o palco ficou menor. Apesar da chuva e dos shows de abertura, felizmente não houve muito atraso para o início do show. O público ficou em torno de 15 mil pessoas e elas foram ao delírio quando as luzes se apagaram para o começo da apresentação.
O The Killers é uma banda que valoriza a parte visual e o mise-en-scène em cima do palco. A cenografia já chamava a atenção com um grande símbolo de infinito junto do teclado do vocalista Brandon Flowers. O telão no fundo mostrava imagens relacionadas à música que estivesse sendo executada pelo grupo. O show começou com “My Own Soul’s Warning”, do penúltimo disco chamado “Imploding the Mirage” de 2020. É uma boa canção de abertura, pois ela começa um pouco lenta, criando um clima, para em seguida vir uma “explosão” e levar o público ao delírio.
O repertório do show contou com músicas de todos os discos do The Killers, inclusive o mais recente chamado "Pressure Machine" de 2021. Esse último álbum tem uma pegada mais intimista, então apenas uma canção foi executada: “Runaway Horses”. Tocada no meio da apresentação, serviu para dar uma “tranquilizada” e preparar o público para mais “agitações”.
Essa foi a terceira vez que eu vejo o show do The Killers (as outras foram em 2007 no Tim Festival e no Lollapalooza em 2013) e a principal diferença em relação aos shows anteriores é que dessa vez por ser fora de um festival grande, eles tiveram tempo para fazer um show completo. Foram por volta de 1 hora e 40 minutos de apresentação e a banda teve tempo de compilar suas principais músicas percorrendo toda a discografia do grupo.
Sem dúvidas o tecladista e vocalista Brandon Flowers é a figura principal do The Killers e durante o show ele interage bastante com o público. Nesse show de Brasília ele fez o “clichê” de falar algumas palavras em português, mas foi além ao tocar um pedaço da música “Sozinho” de Caetano Veloso, surpreendendo todos os presentes.
É difícil dizer os melhores momentos do show, mas dentre as minhas músicas favoritas posso citar “Jenny Was a Friend of Mine”, “Smile Like You Mean It” e “Somebody Told Me”, todas do disco “Hot Fuss” de 2004 que obviamente é o que mais gosto e fez com que me tornasse fã deles. Mas também poderia citar outros destaques como “When You Were Young”, “Spaceman” e “Read My Mind”, também canções muito boas.
No final das contas o saldo do show foi extremamente positivo e posso dizer que vi mais uma excelente apresentação ao vivo do The Killers. Pode ter faltado uma ou outra música, mas o final do show com “Mr. Brightside” deixou claro que acabamos de vez uma grande banda e um de seus melhores momentos. Agora é aguardar que novas atrações se apresentem em Brasília e a cidade volte novamente a ter shows internacionais com frequência.
Fotos: Chris Phelps (divulgação)
Metrópoles Music
Show com as bandas: Jovem Dionísio, Raimundos, Capital Inicial e The Killers
Dia: 14 de Novembro de 2022
Local: Estádio Mané Garrincha - Brasília – DF
Repertório:
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