Nada de Novo no Front

“Nada de Novo no Front” é a prova de como a Primeira e Segunda Guerra Mundiais são temas tão complexos que até hoje ainda servem de inspiração para diversas obras culturais, principalmente no cinema. O filme alemão de Edward Berger se passa em 1917 e mostra o conflito do ponto de vista do jovem Paul Bäumer (Felix Kammerer).

A jornada dele mostra bem o clima em relação a guerras como um todo. O filme começa de maneira interessante ao mostrar as mortes ocorridas durante um conflito, na sequência mostra as roupas dos soldados mortos sendo recolhida e em seguida são levadas para lavar. É então que vemos Paul pela primeira vez super empolgado por iniciar sua carreira junto com outros jovens no exército. E eis que ele pega justamente um daqueles uniformes notando que o nome não é o seu, mas um dos militares responde que deve ter sido de outra pessoa que não coube.

Essa é a uma bela metáfora sobre a guerra: um ciclo repetitivo de mortes e destruição, que se inicia com uma empolgação juvenil de estar servindo o seu país e combater o inimigo, mas em seguida vem a realidade e o caos que acaba com tudo.

Outro diferencial de “Nada de Novo no Front” é mostrar o ponto de vista da Alemanha, pois estamos acostumados sempre a ver a visão americana ou no máximo inglesa e quem sabe eventualmente dos russos (os verdadeiros “heróis” da segunda guerra). Por outro lado, na parte da recriação dos conflitos o filme de Edward Berger não apresenta nenhum tipo de abordagem diferente, mas recria com primor técnico as batalhas com ótimos efeitos visuais.

Nos momentos de calmaria vemos a parte das negociações feitas entre os alemães e franceses, então vemos a importância do personagem Matthias Erzberger, interpretado muito bem por Daniel Brühl. São nessas cenas que o filme nos mostra um pouco de respiro e os conflitos dos bastidores da guerra. É aqui que o longa-metragem nos entrega as melhores partes.

Na parte dramática envolvendo Paul e seus colegas o filme é irregular, não conseguindo apresentar elementos interessantes para fazer com que o espectador se envolva com suas narrativas e se importe com seu destino. Assim a experiência de se assistir “Nada de Novo no Front” se torna um pouco entediante e cansativa em alguns momentos, ainda mais com quase 2 horas e meia de duração.

Apesar dos problemas, o saldo final é positivo, principalmente pela parte técnica na recriação da guerra, e também por alguns momentos dramáticos relevantes dos bastidores.

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Classificação:

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Título Original: Im Westen nichts Neues (Alemanha, EUA, 2022)
Com: Felix Kammerer, Albrecht Schuch, Daniel Brühl, Aaron Hilmer, Moritz Klaus, Adrian Grünewald, Edin Hasanovic, Thibault de Montalembert, Devid Striesow, Andreas Döhler e Sebastian Hülk
Direção: Edward Berger
Roteiro: Edward Berger, Ian Stokell e Lesley Paterson
Duração: 147 minutos