Placebo é uma de minhas bandas favoritas e a única vez que tinha visto a banda ao vivo foi bem especial. A apresentação foi em 2005 e foi na minha cidade natal: Salvador, daí o motivo de ter sido tão marcante, pois a capital da Bahia não costuma ter tantos shows de atrações internacionais de rock. Eis que 19 anos depois finalmente consegui vê-los ao vivo novamente, dessa vez em São Paulo.
O lugar do show foi o Espaço Unimed, uma casa de shows fechada com capacidade para 8 mil pessoas. O local estava cheio, mas não lotado. Essa foi a única apresentação do Placebo no Brasil dessa turnê, que divulga o último disco deles chamado “Never Let Me Go” de 2022. Em 2023 eles lançaram um álbum e DVD/blu-ray ao vivo na Europa e o repertório foi bem parecido com o da performance na capital paulista.
Antes do show começar os telões mostravam um aviso no qual a banda pedia para que o público não usasse o celular durante a apresentação. A ideia era que a plateia se conectasse melhor com o momento e não atrapalhasse a visão das outras pessoas. Realmente isso é um problema aqui no Brasil e o pedido fez efeito, pois vi poucas telas acesas durante o show. E dessa forma foi bem melhor assistir a performance sem distrações.
Outra particularidade do Placebo é que eles decidiram focar o repertório no disco mais recente. São poucas bandas que fazem isso em seus shows, pois preferem focar em hits e músicas mais conhecidas. O setlist fez um bom equilíbrio entre as canções mais novas e outras mais antigas. Sem dúvidas fez falta não terem tocado nenhuma do “Without You I´m Nothing” de 1998, que tem clássicos como “Every You Every Me””. No entanto, o show foi bom o suficiente para que essa falta não fosse tão sentida.
No palco a dupla Brian Molko e Stefan Olsdal conta com uma banda muito boa de apoio e a cenografia com luzes roxas e de tons azuis remetem um pouco à capa do disco “Never Let Me Go”. As cores dão um tom meio intimista e um pouco melancólico, que combina muito bem com as músicas do Placebo. As cinco primeiras canções foram desse álbum e mostram que funcionam bem ao vivo. Além disso, a resposta do público foi muito positiva, principalmente na execução de "Beautiful James", sem dúvidas uma das melhores desse trabalho mais recente.
Apenas Brian interagiu um pouco com o público. Antes de tocar a música "Happy Birthday in the Sky" ressaltou ser uma canção triste, mas que seria uma celebração porque era aniversário de Bill Lloyd, um dos integrantes da banda de apoio. Apesar disso, era visível a empolgação de Molko e Olsdal em cima do palco, em como eles se entregam completamente durante o show.
Entre os destaques do repertório colocaria músicas como "The Bitter End" e "Infra-red", que fecharam o show antes da volta para o bis. O encerramento com o cover de "Running Up That Hill (A Deal With God)" de Kate Bush, que agora está novamente na moda graças à Stranger Things, foi muito bonito. O Placebo tinha gravado essa canção num álbum de covers que vinha de bônus no disco “Sleeping with Ghosts” de 2003 e foi nessa época que conheci a cantora e a música.
Mesmo deixando alguns hits de fora, o Placebo mostrou toda a sua força ao vivo e que é possível fazer um grande show tocando músicas novas, mostrando que ainda é relevante. Não por acaso foi possível ver um público mais jovem, mostrando que houve uma renovação entre os fãs e isso é importante para que a banda continue viva.
Dia: 17 de Março de 2024
Local: Espaço Unimed - São Paulo – SP
Local: Espaço Unimed - São Paulo – SP
Repertório:
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