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quarta-feira, 26 de julho de 2023

Homem-Aranha: Através do Aranhaverso

É impressionante como “Homem-Aranha: Através do Aranhaverso” consegue ser ainda melhor do que “Homem-Aranha no Aranhaverso”, que já era excelente. A evolução é visível em todos os aspectos da animação, começando pelo visual, passando pela narrativa, através de todos os elementos cinematográficos.

Os diretores Joaquim Dos Santos, Kemp Powers e Justin K. Thompson mantém o alto padrão de qualidade, contando também o excelente roteiro de Phil Lord, Christopher Miller e Dave Callaham, sendo que Lord e Miller também são os produtores da animação. Obviamente que a primeira coisa que chama a atenção em “Homem-Aranha: Através do Aranhaverso” é o seu visual.

Nessa sequência a sensação de estar literalmente assistindo uma história em quadrinhos animada aumenta, só que dessa vez é como se diversos artistas diferentes contribuíssem para a lógica visual. Assim, em cada momento da trama o estilo contribui de alguma forma para a narrativa. Afinal de contas, passamos por diversos universos diferentes e cada um deles tem um estilo próprio.

É impressionante como a trama apesar de apresentar uma certa complexidade, em nenhum momento parece confusa. E “Homem-Aranha: Através do Aranhaverso” abraça o caos e a urgência da narrativa de maneira brilhante, sem em hora alguma perder o ritmo e parar para “respirar”, explorando o lado emotivo da história.

Um outro acerto é começar a trama focando em Gwen Stacy (Hailee Steinfeld), mostrando que a personagem é tão fundamental para o filme quanto o próprio Miles Morales. Nisso é importante ressaltar também a incrível trilha sonora de Daniel Pemberton, que usa a própria Gwen tocando bateria, criando um tema bem criativo ao misturar o elemento diegético da cena com a própria trilha do filme. Inclusive o instrumento é um dos destaques ao criar ritmo frenético em alguma das composições de Pemberton junto com outros instrumentos de percussão.
Na trama conhecemos Miguel O'Hara (Oscar Isaac), o Homem-Aranha 2099, que criou um grupo de Homens-Aranhas responsáveis por manter a integridade dos diversos multiversos. Gwen entra para o grupo e envolve Miles Morales em uma investigação, que na verdade remete diretamente ao próprio Morales após uma confusão criada pelo vilão Mancha (Jason Schwartzman) dentro dos universos. É interessante o antagonismo criado entre Miles e Miguel, onde cada um deles parece estar de alguma forma certo sobre como resolver a situação. O roteiro desenvolve isso de maneira muito boa, algo difícil de se ver, especialmente em muitos dos filmes de super-heróis dos últimos anos.

O único “porém” de “Homem-Aranha: Através do Aranhaverso” é que ele não tem fim, pois sua trama será concluída apenas no próximo filme. Felizmente isso não prejudica o resultado, que é mais uma jornada incrível dentro do multiverso, aprofundando tanto os novos universos quanto os dramas dos personagens, especialmente de Miles e Gwen.

Classificação:

Título Original: Spider-Man: Across the Spider-Verse (EUA, 2023)
Com: Shameik Moore, Hailee Steinfeld, Brian Tyree Henry, Luna Lauren Vélez, Jake Johnson, Jason Schwartzman, Issa Rae, Karan Soni, Shea Whigham, Greta Lee, Daniel Kaluuya, Mahershala Ali e Oscar Isaac
Direção: Joaquim Dos Santos, Kemp Powers e Justin K. Thompson
Roteiro: Phil Lord, Christopher Miller e Dave Callaham
Duração: 140 minutos

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