Título Original: Total Recall (EUA , 2012)
Com:
Colin Farrell, Kate Beckinsale, Jessica Biel, Bryan Cranston, John Cho,
Bill Nighy, Bokeem Woodbine, Will Yun Lee, Milton Barnes, James McGowan e
Natalie Lisinska
Direção: Len Wiseman
Roteiro: Kurt Wimmer e Mark Bomback
Duração: 118 minutos
Nota: 1 (ruim)
Resolvi
encarar com a mente aberta esse remake de “O Vingador do Futuro”. Sou
fã do filme original de 1990 estrelado por Arnold Schwarzenegger e
dirigido por Paul Verhoeven, então fiquei curioso pra saber o que iriam
fazer nessa nova versão. Mas infelizmente o resultado é um filme bem
genérico de ficção científica que busca “inspiração“ em vários outros
filmes do gênero resultando em algo totalmente sem graça. E o pior de
tudo, tentaram fazer um filme bem diferente, mas que na verdade é
basicamente a mesma coisa só que piorado.
A fonte de inspiração do filme é o conto "Lembramos
Para Você A Preço de Atacado" de Philip K. Dick, autor cuja obra já
serviu de inspiração para vários filmes como “Blade Runner” e “Minority
Report”, só pra citar alguns. O legal do conto e do filme original era a
questão sobre o implante de memória, sobre o que é real ou não, tanto
que o final do filme e do conto ainda deixavam um pouco em aberto se os
acontecimentos realmente teriam acontecido ou se eram apenas imaginação
do protagonista. Na nova versão isso fica praticamente de lado em nome
de cenas de ação. O filme é praticamente um “corre corre” com desculpas
para cenas de ação que parecem um jogo de videogame sem interatividade e
sem graça com excesso de efeitos especiais.
Na trama num futuro pós-apocalíptico a Terra só
ficou com 2 áreas habitáveis: Federação Britânica Unida e a Colônia.
Então enquanto a 1ª explora a 2ª, a 2ª tem rebeldes que lutam pela
liberdade. Então temos Doug (Colin Farrell), um operário padrão que vive
supostamente feliz com sua esposa. Mas um sonho pertuba a vida do rapaz
que cansado da sua vida comum resolve ir até a Rekall em busca de novas
memórias. Ele acaba então descobrindo que seus sonhos são na verdade
lembranças e que sua vida é uma farsa. Começa então a fuga dele em busca
da verdade.
O visual da Colônia é muito parecido com o criado em
“Blade Runner”. Está sempre chovendo e noite com toques da cultura
oriental. É engraçado quando o protagonista vê uma propaganda num
outdoor gigante sobre a Rekall e o lugar é uma verdadeira espelunca
difícil de ser encontrada. E a experiência do implante de memória não é
vendida como uma viagem de férias ou algo do tipo, mas como uma espécie
de novo tipo de droga que mexe com a química do cérebro. Isso aí mata de
vez a história ao alterar a premissa básica do conto. Pode até parecer
besteira, mas isso influência bastante o desenrolar da história. Não
fica aquela dúvida quando Quaid chega lá se a partir daquele ponto o
resto é real ou não. Ele apenas descobre que sua vida é uma farsa e
pronto. O mais engraçado é mais pra frente da história isso é colocado
em dúvida, se aquilo é real ou não, mas não existe dualidade nenhuma na
coisa e acaba soando totalmente forçado.
É triste também ver umas referências pop ao filme
original que não passam de piadas sem graça com a tentativa de agradar
os fãs, mas que são totalmente bizarras. Como por exemplo a aparição do
nada de uma mulher com 3 seios que soa totalmente ridícula já que os
mutantes foram excluídos dessa nova versão.
Talvez as cenas de ação pudessem salvar o filme, mas
elas são muito pouco inspiradas e totalmente artificiais, apesar de
razoavelmente bem realizadas. O elenco também conta com algumas
participações de nomes interessantes mas que são pouco explorados ou não
estão muito inspirados como Bryan Cranston (Drive), John Cho (Star Trek) e Bill Nighy (Fúria de Titãs 2).
Eu poderia escrever muito mais falando dos problemas
do filme fazendo uma comparação com o filme original e o conto, mas
acho que vocês já entenderam o que eu queria dizer. Remakes sempre
passam por esses problemas. Você pode reclamar que ficou igualzinho e
por isso é ruim, ou dizer que não presta porque ficou totalmente
diferente. Mas se é pra transformar a história numa coisa genérica e sem
graça, melhor correr atrás das fontes de inspiração.
Bom, sua crítica me deixou bem triste man, ainda não assisti e devo fazê-lo em breve mas já me desanimou hehehehe.
ResponderExcluirBom, quando assistir volto aqui e comento o que achei
Não tinha nada contra o remake, ao contrário de você que precisou se esforçar para assistí-lo com mente aberta hehehe.
ResponderExcluirDe qualquer forma é um filme realmente muito fraco e quando comparamos com o original aí ele perde feio. Ganha apenas nos efeitos especias, mas aí também são mais de 20 anos de atualização tecnológica.
Mais um remake dispensável e desnecessário.