Vingadores: Ultimato (Avengers: Endgame)

“Vingadores: Ultimato” é mais do que um filme, é a conclusão de uma saga cinematográfica de mais de 10 anos e que contou com 22 longas, construindo um universo impressionante no cinema em adaptação aos quadrinhos da Marvel. Sabendo disso, os diretores Anthony e Joe Russo quebram a expectativa e entregam uma jornada épica de 3 horas de duração, fechando os ciclos dos personagens e mexendo com a emoção do espectador, que criou laços emocionais fortes com esses heróis.

Em relação ao filme anterior, Guerra Infinita, Ultimato se concentra em menos personagens, focando em fechar seus ciclos narrativos. Dessa forma o roteiro não tem a mesma maestria em dar conta de tantos heróis ao mesmo tempo, mas consegue apresentar momentos marcantes para cada um deles, fechando suas jornadas de maneira satisfatória. Esse é um dos poucos problemas de Ultimato, junto com pequenos “furos” do roteiro (viagem no tempo é sempre complicado) e com o uso da Capitã Marvel, que não teve a importância que parecia que teria dentro da história..

O mais interessante do roteiro de Christopher Markus e Stephen McFeely é apresentar as causas e consequências em torno das atitudes dos personagens. Sacrifício é uma palavra importante e é colocada à prova pelos heróis em busca do salvamento do universo, mas também em nome da sua própria vida pessoal. E como ao longo desses mais de 10 anos o espectador criou laços fortes com eles, o grau emocional do final da jornada é bastante elevado.

Voltando a falar das expectativas, os irmãos Russo começam Ultimato mostrando o que o público esperava após o final de Guerra Infinita, mas talvez não da forma que gostaria. A partir daí é construída toda uma narrativa, para não entrar em muitos detalhes e spoilers, que tira os personagens da sua zona de conforto. Isso é interessante para dar a chance que os atores apresentem novas facetas dos heróis, principalmente o lado humano.

Nos aspectos técnicos, Ultimato mantém o primor das produções da Marvel. Os diretores repetem os acertos, como na design de produção que engloba todos os universos diferentes juntos em um mesmo lugar fazendo sentindo visualmente, e também na trilha sonora de Alan Silvestri – que influencia diretamente no clima emocional do filme.

A montagem também é incrível ao conseguir manter um bom ritmo durante os 181 minutos do longa, mas principalmente nas cenas de ação mostra o quanto é eficiente ao deixar o que é visto da tela em nenhum momento parecer confuso, assim o espectador consegue entender tudo que está acontecendo sem se perder, apesar da grande quantidade de personagens.

É interessante citar duas cenas envolvendo o Gavião Arqueiro (Jeremy Renner) que mostram o potencial técnico e artístico de “Vingadores: Ultimato”. Uma que se passa no Japão e sem cortes constrói uma mise-en-scène incrível com um excelente movimento de câmera, e outra dentro de um túnel, com uma ótima fotografia e uso de cores. Esses momentos ilustram bem a preocupação dos diretores em entregar um filme de qualidade também visual e técnica.

Em síntese “Vingadores: Ultimato” é uma grande jornada emocional e que fecha de maneira muito boa a conclusão da saga dos heróis, com alta qualidade em todos os aspectos de produção. A Marvel mudou a forma de se consumir cultura pop e conseguiu criar um universo cinematográfico coeso e fascinante, traduzindo muito bem suas HQs para o cinema. Agora é aguardar quais os próximos passos e saber qual rumo irá tomar.

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Classificação:

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Título Original: Avengers: Endgame (EUA, 2019)

Com: Robert Downey Jr., Chris Evans, Mark Ruffalo, Chris Hemsworth, Scarlett Johansson, Jeremy Renner, Don Cheadle, Paul Rudd, Brie Larson, Karen Gillan, Danai Gurira, Bradley Cooper e Josh Brolin

Direção: Anthony Russo e Joe Russo

Roteiro: Christopher Markus e Stephen McFeely

Duração: 181 minutos