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quinta-feira, 15 de junho de 2023

The Flash (2023)

The Flash” é a tentativa da Warner em apresentar o multiverso da DC no cinema, usando uma fórmula parecida da Marvel em filmes como “Homem-Aranha: Sem Volta para Casa”. A impressão é de que o estúdio não acreditou que apenas o personagem protagonista seria o suficiente para levar o público às salas, assim trazem de volta o Batman interpretado por Michael Keaton e o vilão Zod (Michael Shannon) de “O Homem de Aço”.

Na trama Barry Allen (Ezra Miller) descobre por acaso que consegue voltar no tempo, então decide retornar ao passado com o objetivo de salvar a sua mãe. No presente o pai está na cadeia acusado de ter matado a esposa, então Barry que sabe da inocência quer ajudar a tirá-lo da prisão. O problema é que a viagem ao passado se complica quando Barry encontra sua versão mais jovem e descobre que está em um universo paralelo onde o Zod invade a Terra, mas não existem super-seres para salvar o planeta. Assim ele decide pedir ajuda ao único herói existente: o Batman (Michael Keaton).

O roteiro de Christina Hodson desenvolve uma trama minimamente interessante e inclui algumas piadas e referências a outros filmes de viagem no tempo. Além disso, o conceito do universo é bem explorado e também rende alguns momentos cômicos. No entanto, um dos diferenciais de “The Flash” está no elenco.

Michael Keaton é o principal destaque entre os coadjuvantes e explora bem o jeito peculiar da versão do Batman criada por Tim Burton. A trilha sonora de Benjamin Wallfisch usa variações do tema do personagem composto por Danny Elfman sempre que ele aparece, assim o tom de nostalgia se intensifica.

Michael Shannon tem pouco tempo em tela e não consegue mostrar muita coisa do seu General Zod, apresentando um personagem ainda mais genérico e sem graça do que foi visto em “O Homem de Aço”. Algo similar pode ser dito sobre Sasha Calle, mas no caso da atriz o problema é mais do argumento do que dela, já que não é dado muita coisa para ela explorar além do fato de ser uma versão diferente da Supergirl.
Por último, Ezra Miller faz um ótimo trabalho com as duas versões de Barry Allen, especialmente na versão jovem. É interessante como o ator consegue explorar bem a personalidade distinta de cada um deles. Por outro, quando ele assume o uniforme do Flash o carisma desaparece e a impressão é estarmos diante de um herói genérico que não merecia ter um filme solo.

Por falar em genérico, isso também se aplica aos efeitos visuais. A computação gráfica é bem irregular, principalmente nos momentos em que o Flash utiliza a sua super velocidade. Já na cena logo no início em que ele faz um resgate em um prédio onde vemos o tempo em câmera lenta do seu ponto de vista, apesar desse recurso já ter sido utilizado em outros filmes de herói (como Mercúrio fez em “X-Men - Dias de um Futuro Esquecido”), ele funciona bem no filme de Andy Muschietti.

O diretor se mostrou bem no comando de “It - A Coisa”, mas em “The Flash” ele não consegue escapar de algumas armadilhas do Universo DC do cinema. Um deles é a fotografia escura importada da visão de Zack Snyder, mas pelo menos o tom cômico em boa parte da narrativa ajuda a diminuir na seriedade da trama.

No final das contas, apesar de ser um filme divertido, “The Flash” deixa uma sensação de não ter um motivo para a sua existência. A impressão é de que a trama não saiu do lugar, apesar da super velocidade do protagonista. As participações especiais se mostram necessárias, pois o carisma do herói não foi o suficiente para carregar as mais de duas horas de duração do longa-metragem.

Classificação:


Título Original: The Flash (EUA, 2023)
Com: Ezra Miller, Sasha Calle, Michael Shannon, Ron Livingston, Maribel Verdú, Kiersey Clemons, Antje Traue e Michael Keaton
Direção: Andy Muschietti
Roteiro: Christina Hodson, história de John Francis Daley, Jonathan Goldstein e Joby Harold
Duração: 144 minutos

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