John Wick 4: Baba Yaga

O que o diretor Chad Stahelski fez “John Wick 4: Baba Yaga” é fascinante! O cineasta encerra a franquia em grande estilo no seu melhor longa-metragem até agora. É impressionante ver como o universo se expande e junto com ele a criatividade dos envolvidos na produção em relação às cenas de ação. Com quase 3 horas de duração, em nenhum momento ele se torna cansativo e o seu terceiro ato é um dos melhores momentos já feitos na história dos filmes de ação (e por que não, do próprio cinema em si).

Nesse novo capítulo a vingança de John Wick se torna mais grandiosa, mas nem por isso mais megalomaníaca. A ação escalona aos poucos, sempre mantendo o ritmo ágil e urgente, se tornando cada vez frenética e interessante. As lutas têm coreografias incríveis, que se parecem com um grande balé, onde o ritmo e os movimentos mantém uma coesão e beleza fascinantes. E os instrumentos da batalha alternam entre armas de fogo, espadas e até mesmo um nunchaku, ou simplesmente qualquer coisa que esteja disponível.

A beleza do filme não se apresenta apenas nas coreografias, mas também no design de produção com cenários muito bonitos, que são capturados de forma brilhante através da fotografia. O uso das cores ajuda a diferenciar cada um deles, seja em um onde a cor azul ressalta o tom mais frio do ambiente, até o vermelho, destacando a urgência e o perigo. Mas mesmo nas ruas de Paris, onde ocorre o clímax de “John Wick 4: Baba Yaga”, a iluminação da rua com pouca luz é capaz de gerar belas imagens, especialmente em um plano ao nascer do sol na frente da catedral de Catedral de Notre-Dame.

O filme ressalta o surrealismo em torno da figura mítica de John Wick, um cavaleiro solitário capaz de derrotar uma quantidade infinita de inimigos. Só que ainda assim o diretor Chad Stahelski mantém a verossimilhança dentro daquele universo. Não quer dizer que as cenas sejam realistas, mas sim que o espectador acredita que o que é visto é possível dentro daquele contexto. E isso é fundamental para um filme de ação funcionar.

O carisma de Keanu Reeves é incrível e ele através das poucas palavras ditas pelo protagonista cria um personagem inesquecível, cuja fisicalidade fala muito sobre ele. E o roteiro de Shay Hatten, Michael Finch e Derek Kolstad ainda é capaz de apresentar novos personagens interessantes, que se destacam dentro da ação ou mesmo do drama, também graças a um elenco muito bom.

Quando você acha que a trama está próxima do fim, ainda falta quase 1 hora de duração, mas após um simples piscar de olhos o ritmo é tão alucinante que o longa-metragem termina sem que a passagem do tempo fosse percebida. O trabalho da montagem é excelente ao manter essa energia até o final. Assim, não é difícil afirmar que “John Wick 4: Baba Yaga” é um dos melhores filmes de 2023 e com certeza um dos mais impressionantes do gênero de ação da história do cinema.

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Classificação:

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Título Original: John Wick: Chapter 4 (EUA, 2023)

Com: Keanu Reeves, Donnie Yen, Bill Skargard, Laurence Fishburne, Hiroyuki Sanada, Shamier Anderson, Lance Reddick, Rina Sawayama, Scott Adkins e Ian McShane

Direção: Chad Stahelski

Roteiro: Shay Hatten, Michael Finch e Derek Kolstad

Duração: 169 minutos