Comédias envolvendo relacionamentos familiares, especialmente entre irmãos, exploram um tema universal no qual o público se identifica facilmente. “Minha Irmã e Eu” tem como diferencial o ponto de vista feminino através das protagonistas Ingrid Guimarães e Tatá Werneck, além da direção de Susana Garcia. O filme explora outros temas como a vida no interior, a mulher dona de casa e a falsidade das redes sociais, assim como outro tema de família importante: a relação de mãe e filha.
A trama gira em torno das irmãs Mirian (Ingrid Guimarães), que é mais velha, e Mirelly (Tatá Werneck). A primeira ficou no interior de Goiás onde se casou e teve dois filhos, enquanto a segunda foi para o Rio de Janeiro. Os momentos iniciais de “Minha Irmã e Eu” exploram bem essas diferenças, alternando entre elas com uma montagem ágil fazendo uma fusão entre as cenas, criando uma rima visual muito boa sobre a discrepância da vida delas. A separação fez com que surgisse um distanciamento na relação entre elas e com medo de não admitir que foi bem-sucedida, a mais nova finge que ficou rica e tem uma vida de glamour com amizade com famosos.
O conflito de “Minha Irmã e Eu” surge por causa da mãe Dona Márcia (Arlete Salles) que após a morte do marido foi morar com Mirian, só que isso afetou o relacionamento da filha. Assim a irmã mais velha decide que seria melhor que Márcia fosse morar com Mirelly no Rio, só que a caçula briga com a mais velha durante a festa de aniversário da progenitora porque não quer ficar com mãe. Márcia presencia a briga sem que elas percebam, então decide fugir. Assim a trama se torna uma jornada das irmãs em busca da mãe.
Apesar da trama parecer ter um tom dramático, o roteiro aborda o tema em forma de comédia. Assim a jornada das irmãs se transforma em desculpas para situações absurdas e cômicas. Tatá Werneck explora a sua forma rápida de falar e seu jeito despojado para criar boas situações engraçadas, especialmente nas cenas que contam com participações especiais. Contudo, em alguns momentos ela exagera no comportamento fazendo com que Mirelly não seja uma personagem verossímil e sim apenas uma persona da própria Tatá. No entanto, sua química com Ingrid Guimarães compensa os exageros e cria um equilíbrio entre elas. Ingrid desenvolve bem Mirian, explorando bem a sua relação com o marido e assim dá ao papel alguma profundidade, sendo fácil para uma parte do público se identificar com o que ela está passando.
Em síntese, “Minha Irmã e Eu” explora bem os clichês de comédias entre irmãs e adiciona o elemento da jornada em busca da mãe para incluir um pouco de road movie no longa-metragem. O diferencial é o carisma e talento de Ingrid Guimarães e Tatá Werneck que garantem boas risadas para o público, além do ponto de vista feminino explorado bem pela direção de Susana Garcia.
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