Com: Matt Damon, Jessica Chastain, Chiwetel Ejiofor, Jeff Daniels, Eddy Ko, Michael Peña, Kate Mara, Aksel Hennie, Sean Bean, Donald Glover, Kristen Wiig, Sebastian Stan e Mackenzie Davis
Direção: Ridley Scott
Roteiro: Drew Goddard
Duração: 141 minutos
Nota: 5 (excelente)
Preciso começar meu texto sobre “Perdido em Marte” com uma nota pessoal ao diretor do filme:
Prezado Ridley Scott, obrigado por me lembrar que você ainda é aquele diretor que ajudou a definir a ficção científica com clássicos como "Alien" e "Blade Runner". E também valeu por lembrar que nem sempre os filmes do gênero precisar ser extremamente sérios ou filosóficos, eles podem ser divertidos e pop sem deixar de serem também "sérios". Me emocionei bastante com esse filme. Muito obrigado mesmo, do seu fã Ramon Prates.
Agora sim acho que posso continuar, mas acho que já está bastante claro as minhas impressões sobre o filme. Posso então contar a piada que rolou na Internet que fala como os EUA já gastaram dinheiro para resgatar Matt Damon aqui, em “O resgate do soldado Ryan” e em “Interestelar” (* Essa informação é um pouco de SPOILER para quem não assistiu o filme).
Matt Damon perdido em Marte
Sim, quem está perdido em Marte é Mark Watney, interpretado por Damon. Ele está junto com uma equipe, liderada por Melissa Lewis (Jessica Chastain), uma missão de explorar o planeta. Uma tempestade surge para atrapalhar e ela decide abortar a missão e evacuar do lugar. Durante o procedimento um acidente acontece e Mark é atingido ficando pra trás e dado como morto. Tempos depois ele acorda e descobre que ficou sozinho no lugar. Ele terá que pensar num jeito de sobreviver tempo suficiente para uma equipe de resgate possa chegar até lá. E claro, dar um jeito de se comunicar com a Terra.
Eventualmente a equipe da Nasa na Terra descobre que Mark ainda está vivo e vai tentar se comunicar com ele enquanto pensa num jeito de ir em seu resgate. O filme então se divide basicamente em 3 núcleos: aqui na Terra o pessoal pensando numa solução, Mark sozinho em Marte tentando sobreviver e o resto da equipe que segue a missão achando que Mark está morto.
Quem tem mais tempo em tela obviamente é Matt Damon que mostra todo o seu carisma. Para não cair num clichê de mostrar um personagem isolado (de filmes como “Enterrado vivo”, “Lunar” ou “Náufrago”), Mark está sempre gravando mensagens de video para deixar registrado sua missão em Marte caso ele não consiga ser resgatado. As cenas dele sozinho no planeta vermelho lembram um reality show. O bom humor do personagem é ótimo e rende bons momentos e piadas bem legais com referências pop.
O restante do elenco então é de uma qualidade muito boa, só nomes bons. Fica até complicado citar os destaques. Primeiro a presença feminina em papéis de destaque. É bom ver tanto Jessica Chastain quanto Kate Mara mais a vontade do que em filmes de temática parecida que estiveram presentes (“Interestelar” e “Quarteto Fantástico” respectivamente). Temos também Kristen Wiig num papel mais sério como porta voz da NASA, mostrando que é mais que uma comediante. E temos também Mackenzie Davis como uma das funcionárias da NASA na Terra que descobre que Mark está vivo. Já na parte masculina, Chiwetel Ejiofor e Jeff Daniels são os destaques com Sean Bean correndo por fora.
Referências pop e bom humor
Alias, o filme usa bastante de referências pop, principalmente na trilha sonora. Destaque para um momento ao som de “Starman” de David Bowie e também para a música presente durante os créditos, mas essa eu não vou falar para não dar SPOILER. Ou ainda uma piada envolvendo “Senhor dos Anéis” (inclusive com Sean Bean fazendo parte da cena para a referência ficar ainda melhor).
Agora não é por causa desse bom humor e referências pop que o filme não deixa de ser sério. O próprio Mark diz que vai usar a ciência para sair da situação em que se encontra (“I’m going to have to Science the shit out of this”. O roteiro consegue ser bastante verossímil sem também exagerar tanto quanto em “Interestelar”. Digamos que está mais próximo de “Gravidade”. Também não tem a mesma profundidade filosófica de um “2001 - uma odisséia no espaço”, mas sem dúvidas esse não era o objetivo. E o tom da história funcionar por conseguir divertir e emocionar sem deixar de ser inteligente e sério.
Ultimamente os filmes de Ridley Scott tem sido bastante irregulares passando por coisas boas como “Os Vigaristas”, “Prometheus” (eu gostei, ok) e “Gladiador” (que eu não sou muito fã) e coisas ruins como “O Conselheiro do Crime” ou coisas apenas razoavéis como “Robin Hood” ou “Cruzada”. Então por isso fiz questão de falar no início que é bom vê-lo fazer novamente um grande filme de ficção científica, gênero que ele ajudou a definir. Espero que não tenha sido um caso isolado e ele continue num ritmo bom com ótimos filmes.
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